30 anos de Axé: Ricardo Chaves e a história do melhor puxador de trios
30 anos de Axé: Ricardo Chaves e a história do melhor puxador de trios
No ano em que se comemora os 30 anos do Axé Music, o Aratu Online homenageia os grandes nomes que marcaram a história do ritmo na Bahia e no Brasil. Faltando apenas quatro dias para o Carnaval, o portal realiza uma contagem regressiva, onde a cada dia um artista será o protagonista desta história de muito sucesso.
Ricardo Chaves Pedreira de Freitas nasceu em 11 de junho de 1963 em Salvador. Ele se formou em administração de empresas, mas tinha em mente sair de Salvador para tentar a vida como músico. Só que os planos mudaram quando Ricardo tocou pela primeira vez em um trio elétrico.
Em 1981 Ricardo tocava baixo e cantava em uma banda de rock chamada Fim da Picada. O trio elétrico mudou os seus planos quando ele começou no bloco Pinel, onde atuava como cantor. Com o carnaval e o Axé, a música baiana tomou o país, fazendo o jovem rapaz, então com 18 anos, desistir de deixar a capital baiana. Ricardo investiu em sua carreira no Axé Music, “guardou” a carreira como administrador, e acabou tornando-se um dos artistas mais conhecidos no Estado. Ele também é considerado o melhor puxador de trio pelos foliões.
Carreira
O ano de 1982 marcou a vida de Ricardo, por que foi a primeira vez em que ele comandou o grupo Pinel no carnaval. Ele permaneceria na banda por mais cinco anos. Na mesma época, ele manteve um projeto paralelo sendo vocalista da banda Cabo de Guerra, uma das mais importantes bandas de rock de Salvador. Em 1986 foi convidado pela gravadora RCA para gravar seu primeiro disco-solo e se arriscou em mais essa aventura, emplacando o sucesso Taba, de autoria de Carlinhos Cor das Águas e Renato Mattos. Um ano mais tarde puxou o Bloco Frenesi, já tendo contrato fechado com o bloco Eva para 1988, onde ficou até 1992.
O ano de 1993 é lembrado pelos amantes do carnaval como o ano da explosão da música O Bicho. Ricardo compôs o sucesso ao comandar o bloco Crocodilo pela primeira vez. O cantor ficou no bloco até 1995 quando saiu para um de seus maiores desafios. Ricardo arrendou por seis anos o Coruja, um dos mais tradicionais blocos do Carnaval de Salvador que passava por um momento muito difícil. Depois de recolocar o bloco como um dos mais disputados, em 2002, estourou com dois grandes sucessos, a inauguração do seu camarote e em seu retorno ao Bloco Crocodilo, dessa vez no circuito da Barra.
Desde 2007, Ricardo Chaves comanda na Barra, O Bicho. Com a proposta de fazer um bloco no qual os foliões sejam, em sua maioria, os mesmos durante os três dias de desfile, Ricardo tenta inverter uma tendência onde as pessoas saem cada dia em um bloco e, no entender dele, não criam fidelidade nem integração folião/artista.
Ao longo de sua carreira, Ricardo gravou 17 álbuns. Em dezembro de 2008, ele registrou uma parte de seu DVD mais recente ?Estado de Espírito?, durante a realização do Carnatal. A outra parte, com quatro músicas de autoria própria, foi gravada e filmada em estúdio com as participações de Gal Costa, Denny, Margarette Menezes, Leo Maia e Fernanda Farani.
Críticas ao carnaval
Ricardo se envolveu em uma polêmica no ano de 2013 quando criticou a organização do Carnaval de Salvador por não destaque desde a folia de 2002, quando teve que deixar o bloco Corujas para dar espaço para Ivete Sangalo, numa briga entre os sócios do bloco que foi parar na Justiça.
De acordo com Chaves, caberia ao Conselho de Carnaval questionar até quando esse esquema de aluguel de vagas está somando a festa. “Não tô reclamando que não tenho vaga para sair, se eu quisesse pagar, eu sairia, eu tôa qui pra dizer que os números mentem, os turistas estão deixando de vir para cá. Se você tá feliz com a festa, comemore, se não, saia na rua com sua faixa de protesto, ano que vem é a gestão efetiva de uma nova administração, é quando as coisas podem mudar”.
Alavontê
Ricardo integra o Movimento Alavontê, com grandes nomes da música baiana. O projeto musical reúne Manno Góes, Durval Lelys, Ricardo Chaves, Magary Lord, Ramon Cruz e Jonga Cunha. No Alavontê todos atuam como vocalistas e tocam seus instrumentos de maior proximidade. ?A gente pode tanto um dia sair em turnê como pode ser que a gente termine daqui a um mês, dois meses?, diz Ricardo, explicando que o movimento, assim como o nome, não tem regras ou definições.
Carnaval
O Alavontê preparou uma grande surpresa para os foliões neste Carnaval: o Pranchão Alavontê. No aniversário de 30 anos do Axé Músic, o grupo inova ao desfilar no circuito com o moderno equipamento, amplo e aberto, que traz a possibilidade de integrar recursos tecnológicos de última geração. A novidade permite maior contato entre os artistas e o público, proporcionando uma folia momesca sem as amarras de um bloco.
O grupo lança o Pranchão ? que não terá cobertura e os músicos podem ser vistos do alto ? neste domingo, dia 08 de fevereiro, no Carnaval antecipado, no circuito Dodô (Barra/Ondina). Ricardo Chaves e os alavonteiros também fazem a festa do público desfilando com o equipamento, criado exclusivamente para o Carnaval, no Furdunço, no dia 13 de fevereiro, no circuito Osmar (do Campo Grande até a Avenida Castro Alves). Na noite anterior, 12 de fevereiro, o grupo marcará presença no Camarote Brahma, no Barravento. A agenda independente de Ricardo não foi divulgada.
Confira imagens com momentos marcantes da carreira do artista: