Cultura

30 anos de axé: Buk Jones conquista o Brasil com o som da Banda Mel

30 anos de axé: Buk Jones conquista o Brasil com o som da Banda Mel

Por Da Redação

30 anos de axé: Buk Jones conquista o Brasil com o som da Banda MelReprodução Youtube

No ano em que se comemora os 30 anos do Axé Music, o Aratu Online homenageia os grandes nomes que marcaram a história do ritmo na Bahia e no Brasil. Faltando apenas 14 dias para o Carnaval, o portal realiza uma contagem regressiva, onde a cada dia um artista será o protagonista desta história de muito sucesso.


Para os apaixonados por cinema, talvez a primeira lembrança que venha à mente ao ouvir o nome Buck Jones seja a dor ator norte-americano, famoso pelos cowboys que representou em diversos filmes de faroeste ainda na primeira metade do século passado, época do cinema mudo. Para os que acompanham o axé music, as duas palavras remetem aos primórdios do estilo musical, em meados dos anos 80, quando Buk Jones, o baiano, sem c no nome, era sucesso absoluto ao lado das irmãs Janete e Jaciara à frente da Banda Mel.


Mas antes de se transformar em estrela do Carnaval de Salvador, João Encarciel Alves Pacheco, 51 anos e 36 de carreira, já se apresentava nas bandas de baile em Praia Grande, Subúrbio Ferroviário de Salvador. Após uma rápida participação na banda Tapajós, assumiu os vocais dos Novos Bárbaros, ao lado de Sarajane, onde permaneceu entre os anos de 1982 e 1984. ?Tive o prazer de cantar com Zelito Miranda, Laurinha e Jota Morbeck, um dos maiores cantores de trio da época?, conta.


Ao receber um convite para fazer parte da Banda Mel, a única exigência do cantor era que fosse gravado um disco. Assim surgiu Força Interior, que vendeu mais de um milhão de cópias e cuja música de trabalho, que levava o mesmo nome, foi considerada um dos maiores sucessos do verão de 1987. Nele, também aparece a música ?Faraó Divindade do Egito?, que foi incorporada após as irmãs de Buk, que já cantavam com ele, ouvirem-na pela primeira vez ao som do Olodum. A canção, que foi gravada em fita cassete e lançada antes mesmo do disco, é considerada decisiva para que o grupo estourasse em todo o país.



Mas o sucesso de Buk e suas irmãs não parou por aí. Consolidados como um dos ícones do axé e do Carnaval, eles ainda lançaram outros hits como ?África do Sul? e ?Asas do Prazer?. No segundo trabalho, intitulado ?E lá vou eu?, o artista reforça a sua veia de compositor e apresenta um trabalho cada vez mais voltado para a realidade social do seu tempo. ?Eu me preocupava em trazer uma pegada de denúncia. O artista e compositor é um repórter do seu tempo, tem que inserir o seu olhar ao que vê à sua volta. Essa era a marca da Banda Mel”, analisa.


Depois de quatro anos à frente do grupo, Buk decidiu mudar os rumos de sua carreira e em 1989 formou o grupo Gente Brasileira, que logo teve a missão de substituir o Chiclete com Banana, que estava deixando o bloco Internacionais para assumir o Camaleão. Juntos, gravaram quatro discos de onde saíram sucesso como ?Dá licença?, ?Incenso de amor? e ?Amazônia?. ?Fomos perseguidos à época por sermos uma banda independente e não pertencermos a bloco nenhum?, desabafa.


Mesmo já sem os holofotes de outros tempos, Buk seguiu trabalhando com música, compondo. “As pessoas têm ligação direta com minhas canções”. Em 2015, quando o axé completa 30 anos, uma das figuras mais importantes dessa história acredita que a cena precisa ser revista. “Eu não tenho que me queixar de nada, mas acredito que o axé passa por uma crise. Boa parte disso é por conta da pirataria, que prejudicou muita gente. Cito também outra realidade. O artista hoje não passa pelo crivo da sociedade, ele não cria uma plateia, canta música de todo mundo sem pagar direitos a ninguém. Basta que um empresário mandar fazer 10 mil CDs e sair espalhando por aí. Falta qualidade”.


E o maior palco do axé, o Carnaval de Salvador, onde as principais estrelas da música desfilam o seu talento também precisa, na opinião de Buk, de uma reformulação. “É inadmissível estarmos tão próximos do Carnaval e ainda não termos a relação dos artistas que vão tocar. Uns ganhando R$ 100 mil e outros não ganham nada. É uma pena, mas a gente continua cantando e tentando trazer o equilíbrio para a arte, coisa que deveria ser feita pelo governo e prefeitura”.


Carnaval de Buk Jones:


-vai tocar na varanda do Camarote Skin no sábado


-camarote expresso 2222 no domingo


-será homenageado da banda Eva na terça-feira, no circuito Campo Grande


– aguarda definição do trio independente para saber se seu projeto será aprovado no Carnaval


-convidado do Sarau do Brown, na ressaca do Carnaval (21/02).



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