O amor incondicional é uma cilada... E isso também vale para os filhos
Crédito da foto: ilustrativa/Pexels
O discurso do amor incondicional carrega uma ideia de nobreza e pureza que pode CEGAR quem ama! E aquele defasado conceito do "amor cego" pode ser bem perigoso nos dias de hoje!
Algumas pessoas se referem ao amor que sentem por um(a) companheiro(a) ou pelos filhos dessa maneira: INCONDICIONAL!
No senso comum, essa palavra nos remete à ideia de que esse "tipo" de amor não dependeria de um outro motivo além do próprio vínculo familiar, por exemplo.
No sentido mais profundo, o amor incondicional termina por gerar uma espécie de relação em que se busca a felicidade da outra pessoa sem qualquer preocupação consigo mesmo.
É aí que o papo fica sério!
Amar alguém sempre será algo bom. Mas só será bom de verdade se estivermos por inteiro na cena, atentos.
Cultivar uma relação saudável com qualquer pessoa exige, antes de tudo, respeito, e, quando não nos inserimos na cena, esquecemos que nós também precisamos ser vistos e respeitados pelo outro.
Melhor dizendo, quando nos respeitamos, quando CONDICIONAMOS as nossas relações a uma regra maior, como a do AUTOCUIDADO, muda tudo! Muda inclusive a forma de amar!
Amar incondicionalmente, ao pé da letra, pode nos fazer esquecer de nós mesmos em algum momento.
Amar alguém, inclusive um filho, exige uma relação CONDICIONADA, no seguinte sentido:
• Condicionada ao diálogo respeitoso;
• Condicionada ao tratamento digno e equilibrado;
• Condicionada à liberdade física, emocional e psicológica;
• Condicionada a uma relação não-violenta
Quando amamos dessa forma, "impondo CONDIÇÕES", para nós e para o outro, nos machucamos menos e damos espaço para um amor mais leve.
Para além do discurso bonito e puro do amor incondicional, precisamos nos manter alertas para exercer uma maternidade e paternidade respeitosa, que, por sua vez, irá gerar filhos respeitosos.
*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.