Sobre a dor de "ser mulher", cabe a nós escutar e ter empatia
Foto: Ilustrativa/Pexels
Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é, já dizia Caetano.
De fato, só as mulheres podem falar da "dor de ser mulher"! Mas cabe a nós escutar e ter empatia com essa dor.
Sentir essa dor causa tanto incômodo aos homens que são poucos os toleram reconhecer seu lado feminino, que todos nós possuímos.
Assumir que temos um lado feminino gera uma sensação de vulnerabilidade e são poucos os que se arriscam e possuem a coragem de acessar esse lugar.
Esse medo é fruto da seguinte equação: ser mulher + ser marginalizada + ganhar mal + ser violentada + ser oprimida = ser vulnerável. Logo, não quero sentir essa dor. Em outras palavras, "tenho medo de me colocar nesse lugar".
Quem de nós não se ofendeu um dia ao ser chamado de "mulherzinha" ou "maricas", ou qualquer outro termo que deprecia a figura da mulher?
Esse medo precisa, em algum momento, dar lugar ao enfrentamento saudável desse fato incontestável: todos nós temos um feminino e nada de mau há nisso!
Represar esse fato gera ainda mais dor, gera raiva, violência, limita nossa capacidade intelectual, limita a capacidade de se relacionar, a capacidade plena cuidar do outro e, portanto, a capacidade de cuidar melhor dos nossos filhos(as).
O Dia da Mulher é um dia em que se consagra a luta dessas mulheres pelos seus direitos. Alguns desses direitos até hoje são negados a elas, que nada mais precisam provar! São tão ou mais capazes que os tais machos alfas!
Esse dia pode também ser um dia de consciência sobre o "ser mulher", sobre as dores do outro, que deveria nos importar, já que existe muito de nós nessa dor e muito dessa dor em cada um de nós.
Feliz Dia da Mulher!
*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.