Família

Você está preparado(a) para escutar?

Colunista On: Otávio LealPai de Maria Flor e Amora, advogado, consultor parental e psicanalista em formação
Você está preparado(a) para escutar?

Foto: ilustrativa/Pexels


 


Muito se fala sobre o diálogo e sua importância nas relações humanas. Muito se promete, pouco se cumpre em relação a isso.


Dialogar exige ouvir, escutar, sentir, filtrar e só depois falar. Depois disso exige que o outro ouça, escute, sinta, filtre e só depois responda ou emita uma opinião (muitas vezes essa resposta não "corresponde" ao que esperamos).


O que vemos nas famílias é justamente o contrário do diálogo. Em geral impomos regras uns aos outros, não escutamos, damos respostas apressadas e prematuras, não negociamos e tampouco nos preocupamos em enxergar as demandas alheias.


Os tais "combinados" com as criancas são um grande exemplo disso. Na clínica da consultoria parental está cheio de pais e mães que entendem os tais combinados como forma de "diálogo".


Na prática, nada se combina com a criança. O que temos é a mais pura imposição, sem diálogo, sem ouvir ou buscar entender o outro.


Há no senso comum a ideia de que os pais SEMPRE sabem o que é melhor para os filhos(as). Mas será mesmo?


E se o dialogo é tão importante, por que abrimos mão dele?


O diálogo cansa! Causa estranhamento e desconforto. É o desconforto de ter que lidar com a dor do outro, com nossa limitação de entendimento e acolhimento, nossa pouca vondade de escutar e nossa enorme vontade de controlar e impor nossas regras.


Todos querem falar, falar e falar. Mas falar não é sinônimo de diálogo. Só o outro pode falar de si mesmo.


Um diálogo exige sempre uma outra pessoa, que muitas vezes está ali, pronta e ansiosa para ser escutada. 


A questão é: você está preparado(a) para escutar?


*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.


Importante: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Aratu On.

Otávio Leal

Otávio Leal

Otávio Leal, do blog "Pai, vem cá", é pai de Maria Flor e Amora, advogado, consultor parental, psicanalista em formação e autor do livro "Papai foi pra roça, Mamãe foi trabalhar. E agora?".

O projeto “Pai, Vem Cá!” se tornou parceiro da Defensoria Pública da Bahia e da Revista Pais & Filhos, tendo participado de iniciativas sociais importantes, a exemplo da campanha Poder do Colo, da Novalgina.

Instagram: @paivemca
 

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