Você está preparado(a) para escutar?
Foto: ilustrativa/Pexels
Muito se fala sobre o diálogo e sua importância nas relações humanas. Muito se promete, pouco se cumpre em relação a isso.
Dialogar exige ouvir, escutar, sentir, filtrar e só depois falar. Depois disso exige que o outro ouça, escute, sinta, filtre e só depois responda ou emita uma opinião (muitas vezes essa resposta não "corresponde" ao que esperamos).
O que vemos nas famílias é justamente o contrário do diálogo. Em geral impomos regras uns aos outros, não escutamos, damos respostas apressadas e prematuras, não negociamos e tampouco nos preocupamos em enxergar as demandas alheias.
Os tais "combinados" com as criancas são um grande exemplo disso. Na clínica da consultoria parental está cheio de pais e mães que entendem os tais combinados como forma de "diálogo".
Na prática, nada se combina com a criança. O que temos é a mais pura imposição, sem diálogo, sem ouvir ou buscar entender o outro.
Há no senso comum a ideia de que os pais SEMPRE sabem o que é melhor para os filhos(as). Mas será mesmo?
E se o dialogo é tão importante, por que abrimos mão dele?
O diálogo cansa! Causa estranhamento e desconforto. É o desconforto de ter que lidar com a dor do outro, com nossa limitação de entendimento e acolhimento, nossa pouca vondade de escutar e nossa enorme vontade de controlar e impor nossas regras.
Todos querem falar, falar e falar. Mas falar não é sinônimo de diálogo. Só o outro pode falar de si mesmo.
Um diálogo exige sempre uma outra pessoa, que muitas vezes está ali, pronta e ansiosa para ser escutada.
A questão é: você está preparado(a) para escutar?
*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.