Família

O que as recentes questões envolvendo nazismo e violência infantil possuem em comum?

Colunista On: Otávio LealPai de Maria Flor e Amora, advogado, consultor parental e psicanalista em formação
O que as recentes questões envolvendo nazismo e violência infantil possuem em comum?

Foto: ilustrativa/Pexels

 


Quando falo sobre violência infantil nas palestras ou no @paivemca, sempre surge alguém com a seguinte frase: "cada um sabe como cuida do seu próprio filho!"


Essa ideia de que os pais possuem uma espécie de "carta branca" para aplicar livremente suas regras na criação dos filhos é um equívoco que só faz sentido para quem ainda não enxerga as crianças e adolescentes como indivíduos. São os famosos ditadores parentais!


Na condição de indivíduos, as crianças e adolescentes possuem direitos, o que, por si só, termina por impor aos pais um certo limite de atuação.


Levando em consideração seus direitos básicos e a vulnerabilidade desse grupo social, os pais não devem praticar atos de violência, negligência e abandono, devendo garantir segurança, saúde e educação.


Logo, existe um limite legal para a atuação dos pais e mães. Quando ultrapassado esse limite, estes podem vir a ser penalizados civil e penalmente pelos seus atos. Um pai (ou mãe) pode vir a perder o próprio poder parental sobre o(a) filho(a) caso fique provado o risco para a criança, por exemplo.


Na criação dos filhos também vale a ideia de que o nosso direito acaba quando começa o direito do outro. 


Naturalizar a agressão gera um eterno ciclo de violência.


Mas o que isso tem a ver com as recentes notícias sobre pessoas que defendem a liberdade de expressão de ideias n@zist@s?


A questão é idêntica! Precisamos frear esses projetos de ditadores que pretendem fazer com que suas ideias se sobreponham ao direito alheio, de modo a ferir e oprimir o outro, desconsiderando contextos históricos e a própria vulnerabilidade social.


Ninguém possui o direito pleno de sair por aí falando o que der na telha! Tampouco fazer apologia a um crime, distribuir fake news ou ofender pessoas, instituições e o regime democrático.


Isso não faz parte do que a norma constitucional entende como liberdade de expressão! Isso é considerado como abuso do direito de expressão e merece ser severamente punido!


Se não frearmos os ditadores que existem em cada um de nós, seja na família, seja na sociedade, o resultado é a opressão e subjugação.


Defender a liberdade de expressão de modo absoluto é o mesmo que defender a liberdade de violentar ou ofender impunemente alguém.


Liberdade de expressão não pode ser confundida com liberdade de opressão.


Não levar em consideração o outro e o direito desse outro no trato social é uma espécie de perversão e precisamos estar atentos a isso, tanto na família quanto na própria sociedade!


*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.


Importante: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Aratu On.

Otávio Leal

Otávio Leal

Otávio Leal, do blog "Pai, vem cá", é pai de Maria Flor e Amora, advogado, consultor parental, psicanalista em formação e autor do livro "Papai foi pra roça, Mamãe foi trabalhar. E agora?".

O projeto “Pai, Vem Cá!” se tornou parceiro da Defensoria Pública da Bahia e da Revista Pais & Filhos, tendo participado de iniciativas sociais importantes, a exemplo da campanha Poder do Colo, da Novalgina.

Instagram: @paivemca
 

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