Representar o papel do homem tradicional pode adoecer
Foto: ilustrativa/Pexels
Homem que é homem não tem medo! Trabalha muito! Não chora! É forte! Durão! Não adoece! Não deixa nada faltar em casa!
Fora do machismo convencional e tóxico, existe também uma figura masculina idealizada, que sufoca grande parte dos homens.
Alguns adoecem emocional e psicologicamente na angústia de representar esse papel.
Essa figura de "homem forte", que alguns resolvem representar, esconde, por muitas vezes, o medo, a vulnerabilidade e outras emoções e afetos reprimidos.
A real é que cansa representar esse papel o tempo inteiro.
Conheço muitos homens nessa condição: CANSADOS! Não de serem homens, mas de representar um personagem que precisa ser forte o tempo inteiro para si e para a família.
Na falsa fortaleza se esquecem até que, antes de serem homens, são pessoas, e passam a não conseguir abraçar, amar um filho, ser empático com as pessoas próximas, etc.
Falar sobre si mesmo para um amigo ou terapeuta poderia ajudar bastante, mas essa é uma missão bem difícil quando se convive em um ambiente social em que esse "novo personagem" não é esperado e tolerado.
A repressão desse medo, cansaço, vulnerabilidade e afeto, por vezes acumula e esse cara implode!
Representar esse personagem tão aplaudido socialmente pode virar um grande pesadelo na existência de alguns homens.
A missão, então, para esse novo homem se salvar dessa implosão e se tornar um sujeito mais leve, mais empático, mas saudável e leal aos próprios sentimentos, é lutar contra o personagem que lhe deram pronto e criar um outro lugar mais confortável para viver.
Se recriar enquanto sujeito pode ser a saída para não implodir. A terapia ajuda! A mudança precisa vir de dentro para fora!
Esse texto é dedicado aos meus amigos, pessoas que acompanho e leitores que estão em meio a pensamentos contrários à vida, em depressão, com Síndrome de Burnout ou, simplesmente, cansados...
*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.