As novas capitais do Brasil
Foto: cidade de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador
As nossas 27 capitais - estados mais o Distrito Federal - acumulam números muito significativos. Juntas, elas possuem mais de 50 milhões de habitantes, o que representa 24% da população nacional, e 37% do potencial de consumo do país. Mas, é importante observamos que, ao lado das capitais, orbitam muitas cidades que formam novos centros de consumo, que são as regiões metropolitanas. São tão ricas e expressivas com seus números que até merecem ser chamadas de 'novas capitais' do Brasil.
O que seria de Vitória se ao seu lado não existissem as cidades de Vila Velha, Serra e Cariacica, por exemplo? Rio de Janeiro sem baixada fluminense; Florianópolis sem São José, Palhoça, Biguaçu, dentre outras; Curitiba e Porto Alegre também sem as cidades que as orbitam; e São Paulo sem o grande ABC, o interior, e o litoral num raio de 60 a 80 Km? Sem dúvidas, seriam mais discretas em seus potenciais.
Como primeira reflexão, vamos observar a maior metrópole da América Latina, São Paulo, e analisar números das cidades que influenciam diretamente a sua grandeza.
Podemos observar na tabela que são 80 cidades, ao todo, e 28 têm as divisas entre elas representadas por quarteirões, ruas e avenidas interligadas, mas os limites municipais nem são percebidas por quem transita. As demais cidades, sentido interior ou litoral, dependem do acesso pelas rodovias, e ao redor temos grandes conglomerados urbanos. Transformaram-nas em vias expressas. Isso ocorre pela alta movimentação diária da população que reside fora da capital, porém trabalha ou convive naturalmente por outras necessidades. Essas cidades unificam mais de 17 milhões de habitantes, e praticamente igualam o potencial de consumo da maior cidade brasileira. O mapa ilustra que a cada 20 Km temos cinco zonas de influências, e cada uma tem, em média, 3,5 milhões de habitantes. Desse modo, os números da tabela gritam sozinhos a importância desse conglomerado de cidades.
Em dez categorias, a população da capital tem um consumo mensal de quase R$ 30 bilhões, gerado por 270 mil empresas, divididas entre 57 segmentos de comércio e serviços públicos e privados. Separamos alguns segmentos econômicos que se destacam para uma segunda reflexão, que é a quantidade de pessoas per capita para cada tipo de negócio. Veja abaixo:
Em apenas 11 segmentos, temos quase 62 mil empresas gerando renda, portanto, se espelharmos estes mesmos segmentos, conseguimos projetá-los para 80 cidades. Fica bem razoável afirmar que temos mais de 85 mil empresas participando da vida de 17 milhões de habitantes. Uma realidade econômica que desafia os estrategistas de marketing diariamente, e potencializa as oportunidades econômicas. Apenas para sermos didáticos, existe uma academia para cada 3.570 habitantes, uma farmácia a cada 3.181 habitantes, e assim sucessivamente é possível analisar os números per capita de cada segmento.
Vamos, agora, analisar a importância das regiões metropolitanas de oito capitais citadas na próxima tabela. Podemos verificar o quanto é significativo a população das cidades que as orbitam. Destacamos as cidades de Recife, Porto Alegre, Florianópolis e Vitória, onde as suas regiões superam a população das capitais, sendo 27,9% maior em Recife, 3,8 vezes maior em Vitória, 78,2% superior em Florianópolis e 34,3% maior em Porto Alegre. Fica evidente, também, a força das regiões nas demais capitais, com destaque para Curitiba, onde a região metropolitana fica apenas 18,3% abaixo da capital, e ainda Salvador e Fortaleza, que somam juntas mais 1,7 milhão de habitantes com cidades interligadas, 22,3% e 38,2%, respectivamente.
Comparando os números totais dessa terceira tabela, verificamos que eles superam a nossa primeira reflexão sobre São Paulo, e claramente podemos afirmar que o Brasil, com seus mais de 213 milhões de habitantes, distribuídos em 5.570 cidades, é um celeiro de oportunidades para diferentes empresas e profissionais. E o mais significativo, é que a regionalização da comunicação, através das concessões de rádio e televisão. A mídia out of home, internet, cinema e mídia impressa acompanharam e estão em sintonia e aptas para suprir as necessidades das estratégias de marketing, beneficiando tanto a comunicação pública, como da inciativa privada simultaneamente. Tudo isso começou na década de 80 e proporcionou que grandes redes nacionais e regionais consolidassem sua presença com excelente custo-benefício, otimizando os seus fundos promocionais.
Analisando a média destas oito capitais, em comparação com a influência das suas regiões metropolitanas, temos 13,6 contra 18,3 milhões de habitantes, ou seja, estas regiões têm um volume médio de 74,4%, e acumulam uma população que supera a maior capital do país. Relembrando que o que buscamos para esta reflexão alguns exemplos, e agora podemos espelhar para muitas outras regiões e para cidades sedes regionais no interior de cada estado. Certamente, os números vão certificar que temos verdadeiros polos urbanos, que juntos, são os pilares que constroem a economia brasileira. Afinal, os números estruturam o marketing e a sua aplicação estratégica geram as receitas financeiras.
*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.