Comerciantes protestam após interdição da Ceasa do Ogunjá, em Salvador
A interdição da Ceasa do Ogunjá deixou os comerciantes sem acesso às mercadorias armazenadas no espaço
Por Bruna Castelo Branco.
Comerciantes da Central de Abastecimento (Ceasa) do Ogunjá, em Salvador, realizaram um protesto nesta sexta-feira (30) em frente à Cesta do Povo, após serem surpreendidos pela interdição do local, determinada pelo governo da Bahia sob a justificativa de risco de desabamento da estrutura.
Segundo os permissionários, a decisão foi comunicada apenas na tarde de quinta-feira (29), com aviso de que a Ceasa seria fechada já no dia seguinte. A medida deixou os comerciantes sem acesso às mercadorias armazenadas no espaço.
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Ao repórter Diego Macedo, da TV Aratu, um dos comerciantes questionou: “Até lá, o que vai ser feito para ajudar a gente enquanto o mercado está fechado? Como vamos pagar nossas contas e levar alimento para dentro de casa?”.
O protesto ocorre em um dos períodos mais importantes para o comércio local. O fim do mês é tradicionalmente dedicado ao reabastecimento, e junho é estratégico para a venda de produtos típicos das festas juninas, como milho e amendoim.
Os manifestantes também criticaram o fato de a Cesta do Povo continuar funcionando, apesar de compartilhar a mesma estrutura da Ceasa. Eles argumentam que, se há risco de desabamento, o funcionamento do outro estabelecimento também deveria ser suspenso.
O que diz o governo
A Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado da Bahia (SDE) anunciou, na quinta-feira (28), a interdição e suspensão das atividades da Central de Abastecimento (Ceasa) do Ogunjá, em Salvador, após a identificação de problemas estruturais graves que comprometem a estabilidade do prédio.
De acordo com nota divulgada pela pasta, a decisão foi tomada após recomendação da Superintendência de Patrimônio (Supat), vinculada à Secretaria da Administração (Saeb), recebida na noite de quarta-feira (28).
Segundo a SDE, a interdição imediata foi necessária “com o objetivo de evitar riscos a quem transita pelo mercado”. Atualmente, 41 permissionários atuam no local.
Entre os problemas apontados pelos engenheiros responsáveis estão rachaduras em pilares, recalque nas fundações e corrosão em estruturas metálicas essenciais para a sustentação do prédio. Além disso, o solo do mercado apresenta condições críticas, com a presença de lençol freático muito superficial e acúmulo de água em períodos de chuva.
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