Após denúncias feitas pelo Aratu On, bambuzal do Aeroporto de Salvador vai receber obras de intervenção e recuperação
A área possui 61 mil m² e o corredor que leva até o aeroporto, a Avenida Tenente Frederico Gustavo dos Santos, tem 1,5 km de extensão. Segundo a Seman, foram contabilizados em toda a área 50 mil hastes de diversas espécies de bambus.
Após vários alertas feitos pelo Aratu On, surge uma luz no final do túnel para o bem do bambuzal da entrada do Aeroporto de Salvador. Um dos mais bonitos cartões postais da cidade entrou, finalmente, na lista de prioridades da Secretaria Municipal de Manutenção (Seman) e começa a passar por uma restauração, que teve início nesta segunda-feira (25/4).
O local vinha apresentando sinais de maus tratos, oferecendo riscos para pedestres e condutores de veículos que transitam naquela área. Não foram poucas as vezes que situações indesejáveis, como quedas de grandes galhos e até incêndio no vegetal, causaram vários transtornos, prejudicando até o embarque de viajantes.
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LEGADO NATURAL
De acordo com a Seman, com base nos estudos realizados pelos profissionais da pasta, serão executadas ações preventivas para manter os vegetais em boas condições, além de evitar possíveis transtornos aos transeuntes. Está atuando no local uma equipe multidisciplinar composta por engenheiros agrônomos e ambientais, além de biólogos. A execução das ações de manejo físico e ambiental do bambuzal teve início no último dia 10 de abril.
O titular da Seman, Luciano Sandes, lembrou que o bambuzal faz parte da história da cidade e que conservá-lo integra as diretrizes municipais voltadas à preservação do legado natural da capital baiana. "A ideia é preservar as características físicas e ambientais e manter esse aspecto cênico da entrada do aeroporto que é um patrimônio cultural de Salvador", reforçou o secretário.
INTERVENÇÕES
O conjunto de ações envolve a roçagem com retirada de palhas e folhas, a fim de evitar a proliferação de fungos e até mesmo a incidência de incêndios em dias frescos; a retirada de hastes demasiadamente altas para evitar possíveis tombamentos, e de vegetais velhos e cepos; a limpeza da vala de contenção que passa no meio do bambuzal, e ainda a marcação dos brotos para que o desenvolvimento possa ser acompanhado ao longo dos anos.
Dentre as ações, o projeto de preservação prevê também a manutenção das raízes e a adubação feita com nitrogênio, fósforo e potássio, além de esterco curtido para melhorar a qualidade do substrato onde estão fincados os bambus. Essa adubação também passará a ser realizada na área anualmente, pelo município. Todas estas intervenções deverão durar seis meses e estão avaliadas em torno de R$900 mil.
ESTUDOS PRELIMINARES
Com o envelhecimento clínico e fisiológico do bambuzal, a área apresenta muita queda de hastes e folhas e a morte de diversas touceiras. A análise dos especialistas da Seman avaliou o estado de solidez e estabilidade das espécies, como a inclinação das hastes, extensão dos caules, presença de necroses e ainda acometimento de pragas, a exemplo de cupim e fungos.
Algumas hastes, por exemplo, apresentam sobrepeso em razão da altura demasiada, causando instabilidade estrutural e eventual risco de tombamento. A altura também é propícia a deixar o solo úmido, contribuindo na proliferação de fungos. Já o excesso de folhas pode desencadear incêndios caso entre em contato com algum estopim, como bagas de cigarro.
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