Moradores da Vila Laura acusam padre de 'dar fim' a cachorros do bairro; animais já estavam com adoção garantida
Segundo moradores, as cadelas foram abandonadas no bairro recém-paridas e uma delas estava com uma pata quebrada
Três cachorros que viviam no bairro da Vila Laura, em Salvador, e eram cuidados por moradores e frequentadores da região, desapareceram. De acordo com os residentes, um dos responsáveis pelo sumiço dos animais, que já tinham até um novo lar garantido, é o responsável pela Paróquia Jesus de Nazaré, Padre Silvio Lira de Menezes.
Tudo começou há cerca de três semanas, quando duas cadelas, batizadas de Maria e Mariá pelos cuidadores, apareceram na praça que rodeia a paróquia, que está passando por obras. Segundo moradores, elas foram abandonadas no bairro recém-paridas e uma delas estava com uma pata quebrada.
"Os moradores começaram a se organizar para cuidar das cachorrinhas e encaminhar para a castração", afirma uma residente da Vila Laura que preferiu não se identificar. "Uma estava com a pata quebrada, e eles queriam resolver isso antes da castração. Os moradores se revezavam para dar remédio, colocavam comida, e já estavam agendando o transporte para levar para castrar", aponta ela.
Tudo começou há cerca de três semanas, quando duas cadelas, batizadas de Maria e Mariá pelos cuidadores, apareceram na praça que rodeia a paróquia. | Foto: Arquivo Pessoal
Como também havia um cachorro macho, batizado de Lobinho, abandonado na região na mesma época, os moradores deixaram as fêmeas em uma área fechada da praça, reservada para cães. Um dos cuidadores dos animais, Filipe Pedrazza, conta que os voluntários colocaram uma placa na pracinha explicando que os cachorros estavam sendo tratados e em processo de adoção e castração. "Eles não estavam incomodando ninguém, não latiam, ficavam sempre brincando entre eles. Era um carinho absurdo que todo mundo tinha por eles", diz Filipe.
No grupo de moradores da Vila Laura no WhatsApp, uma das residentes relatou que conversou pessoalmente com Padre Silvio, que já estava sabendo do sumiço dos três animais e se mostrou contrário à presença dos bichinhos na praça, alegando que eles faziam muita sujeira. As primeiras a sumir foram Maria e Mariá, desaparecidas no dia 22 de agosto. Depois, no dia 24, Lobinho também sumiu. "Passei a semana passada inteira andando em vários locais do bairro, procurando por eles", lamenta Filipe.
Segundo os vizinhos, o padre chegou a afirmar, em um primeiro momento, que quem retirou os cães do espaço foi um dos responsáveis pela reforma da paróquia - porém, de acordo com os moradores, foi com o consentimento e até mesmo incentivo do sacerdote.
Como também havia um cachorro macho, batizado de Lobinho, abandonado na região na mesma época, os moradores deixaram as fêmeas em uma área fechada da praça. | Foto: Arquivo Pessoal
De acordo com Filipe, o sentimento é de preocupação. "Todos os moradores estão extremamente incrédulos, chateados, porque esse padre acha que é o dono da praça. Os cachorros não mordiam, não faziam mal para ninguém, estavam super tranquilos. Todo mundo cuidava deles. Gerou até uma união muito grande entre os moradores. O padre sabe que a gente estava cuidando dos cachorros, fazendo tratamento, e simplesmente manda jogar em outro lugar, na rua?".
Outro morador, Luiz Nelson Sales também cuidava dos animais e faz um apelo: "Nós queremos que devolvam. Ninguém sabe explicar nada, as câmeras não funcionam, outras, estão apontadas para o chão. As cadelas são pequenas, tem cerca de um ano cada uma".
O Aratu On entrou em contato com a secretaria da Paróquia Jesus de Nazaré por telefone e e-mail, mas, até a publicação desta reportagem, ainda não havia resposta.
Atualizações sobre o caso: horas após esta matéria ser publicada, os moradores do bairro descobriram que as cadelas foram levadas por um desconhecido a um abrigo para animais. O cachorro, Lobinho, ainda não foi encontrado.
Os animais estavam recebendo cuidados veterinários e já tinham adoção garantida. | Foto: Arquivo Pessoal
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