Mutirão atende vítimas de racismo e intolerância em Salvador

Mutirão na Estação da Lapa reúne Polícia Civil e Defensoria Pública para acolher vítimas de Racismo e Intolerância Religiosa

Por Laraelen Oliveira.

A Polícia Civil da Bahia, em conjunto a Defensoria Pública do Estado, realiza um mutirão quarta-feira (30), das 8h às 16h, para o atendimento às vítimas de racismo e da intolerância religiosa. A ação acontece na Estação da Lapa, um dos locais de maior circulação em Salvador, com uma estrutura montada para garantir acolhimento e sigilo às vítimas. 

Em julho de 2025, a Polícia Civil lançou o primeiro Protocolo de Atendimento Policial em Casos de Racismo e Intolerância Religiosa/Foto: Polícia Civil 

Durante a ação, o público poderá ter acesso gratuitamente aos serviços de denúncia, oitiva, orientação jurídica, apoio psicológico e assistência social. A equipe ativa contará com delegados, defensores públicos, escrivães, psicólogos e assistentes sociais, à disposição do público.  

A iniciativa é promovida pela Delegacia Especializada de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa (DECRIN) em parceria com o Núcleo de Equidade Racial da Defensoria Pública da Bahia (NER/DPE-BA).

Criada em 2025, a DECRIN é a primeira delegacia da Bahia focada no combate ao racismo e à intolerância religiosa, com atuação em investigação e apoio às vítimas/Foto: Rafael Rodrigues

Pessoas que gostariam de participar do mutirão devem se dirigir à Estação da Lapa com os documentos pessoais, comprovante de residência e, se possível, Boletim de Ocorrência, registros do ocorrido (como fotos, vídeos, prints) e contatos de testemunhas. 

O atendimento será realizado por ordem de chegada. Não é necessário agendamento prévio.

Objetivo do mutirão para o fortalecimento do acesso à justiça

Dados do Disque 100 apontam que entre 2023 e 2024 a Bahia registrou aumento de 107,1% nas denúncias de racismo, número acima da média nacional (103,9%). Apesar do crescimento, a subnotificação ainda é considerada um dos principais obstáculos no enfrentamento ao problema.

Segundo a delegada Fernanda Porfírio, titular da DECRIN, o mutirão busca incentivar o registro das ocorrências. “Queremos mostrar que há caminhos legais e institucionais para quem sofre com o racismo ou a intolerância religiosa. O mutirão é uma forma de acolher e orientar”, afirmou.

Além da escuta individual, a atividade contará com distribuição de materiais informativos e ações de conscientização sobre direitos civis, canais de denúncia e o funcionamento do sistema de Justiça.

O descumprimento Lei nº 7.716/89, conhecida como Lei do Racismo pode variar de 1 a 5 anos de reclusão/Foto: Pixabay

A Defensoria reforça que, de acordo com a Lei 7.716/89, que trata dos crimes de racismo, as vítimas devem estar acompanhadas de advogado(a) ou defensor público(a) em todos os atos processuais, sejam eles civis ou criminais. O Núcleo de Equidade Racial pode representar as vítimas, apresentar notícia-crime, atuar como assistente de acusação e requerer a aplicação da Lei 14.631/2023, que impede nomeação de pessoas condenadas por racismo a cargos públicos.

Raquel Malta, coordenadora do Núcleo de Equidade Racial da DPE-BA, afirmou que a ação fortalece os laços entre instituições públicas e a população. “A atuação da Defensoria e da DECRIN precisa ser mais conhecida pelo público baiano, em especial o soteropolitano, para que as vítimas saibam que podem contar com nossos serviços”, disse em nota.

Serviço

Mutirão de Atendimento às Vítimas de Racismo e de Intolerância Religiosa

Quando: 29 e 30 de julho

Horários: 8h às 16h

Onde: Estação da Lapa (Salvador)

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