Filha de Jorge Amado celebra reabertura da Fundação: 'É o que papai queria que fosse'
Paloma Amado afirmou que a casa tem "a alma" dos pais
Fonte: Juana Castro
"Ficou uma coisa maravilhosa!", celebrou a escritora e crítica literária Paloma Amado, filha dos também escritores Jorge Amado e Zélia Gattai, sobre Fundação Casa de Jorge Amado, reaberta nesta quarta-feira (11), após nove meses de reforma. "A casa é, sobretudo, o que papai queria que fosse: uma casa de cultura da cidade de Salvador, do Pelourinho, da Bahia", acrescentou.
Paloma reforça que o espaço, que detém os acervos dos pais disponíveis há 40 anos, tem a alma deles, mas simboliza algo ainda maior. "Aqui não é só Jorge Amado e Zélia Gattai. São todos os escritores baianos, os jovens escritores e todos os que vêm e que absorvem a cultura maravilhosa da nossa terra", avaliou.
Reforma da Fundação Casa de Jorge Amado
A reforma foi a maior desde a inauguração da Fundação, em 7 de março de 1987. A sede, que ocupa as casas de números 49 e 51 no Largo do Pelourinho, agora foi conectada ao imóvel de número 47, o que possibilitou a criação de novos espaços expositivos.
"São três casas antigas que exigem um cuidado especial no restauro, mas preparamos tudo com muito carinho. A equipe se envolveu de forma muito comprometida para garantir que tudo fosse entregue da melhor maneira possível", destacou a diretora da casa, Angela Fraga, filha da jornalista e escritora Myriam Fraga, idealizadora do espaço e grande amiga de Jorge Amado, que morreu em 2016.
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Ao todo, são mais de 300 mil itens, incluindo todas as edições dos livros (traduções e originais), cartas, jornais, periódicos, trabalhos acadêmicos, as fotografias de Zélia, entre outros. "Tudo está aqui. A missão da Fundação é a guarda, preservação e admiração desse acervo, para pesquisa e para posteridade", comentou Angela, destacando que a casa no Pelourinho é emblemática, pois foi escolhida pelo próprio escritor baiano. "A gente também tem que dar esse resultado à comunidade", complementou.
Angela Fraga também enfatizou a importância do espaço para a preservação da memória de Jorge Amado e Zélia Gattai, além do compromisso de manter vivo o legado poético de sua mãe. "Acho que ficou bonito, modéstia à parte. Não sou só eu quem digo isso. E seguimos em frente, com expectativas altas para janeiro", disse.
Com a reabertura, a Fundação se prepara para receber visitantes durante o verão e anunciou um novo projeto turístico que promoverá a conexão entre o Pelourinho e a Casa do Rio Vermelho, onde Jorge Amado e Zélia Gattai viveram e estão enterrados.
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