Filha de Myriam Fraga mantém legado da mãe na Fundação Casa de Jorge Amado
Em entrevista ao Aratu On, Angela comentou sobre os desafios de manter o legado de sua mãe
Fonte: Anna Caroline Santiago e Juana Castro
A Fundação Casa de Jorge Amado, no Pelourinho, reabriu as portas nesta quarta-feira (11), após passar por uma reforma que começou em março deste ano. Durante o evento, a diretora da Fundação, Angela Fraga, que assumiu o posto após a morte da mãe, a jornalista e escritora Myriam Fraga, em 2016, falou sobre a continuidade do trabalho.
"A parte mais difícil é manter o legado dela. Já trabalhávamos juntas há muitos anos, e toda a equipe também tem uma história com ela, o que facilita o processo. Além disso, dedicamos um espaço a sua poesia. Ela foi uma das fundadoras da Casa, ao lado de Jorge e Zélia", disse em entrevista ao Aratu On, que acompanhou a reabertura.
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Traslado entre a Fundação e a Casa do Rio Vermelho
Angela também comentou sobre o projeto "Vem de Cá, Vai de Lá", que vai promover a conexão entre a Fundação, no Pelourinho, e a Casa do Rio Vermelho, onde Jorge Amado e Zélia Gattai viveram e estão enterrados. Anunciada em primeira mão ao Aratu On, a proposta já foi aprovada, mas ainda está em fase de captação de recursos e, portanto, sem previsão de lançamento.
"É um sonho que a gente tem. Aqui na exposição, mesmo, a gente tem uma sala que faz alusão à Casa do Rio Vermelho, onde Zélia e Jorge estão descansando. A nossa ideia é que esse universo possa se engajar, a obra (mais pertecente aqui) e, lá, a vida. Se a gente conseguir esse projeto, com uma van que faça esse roteiro, será muito gratificante", afirmou a diretora.
Durante o futuro roteiro, Salvador será mostrada aos visitantes com referências das obras de Jorge Amado.
Reforma da Fundação Casa de Jorge Amado
A reforma foi a maior desde a inauguração da Fundação, em 7 de março de 1987. A sede, que ocupa as casas de números 49 e 51 no Largo do Pelourinho, agora foi conectada ao imóvel de número 47, o que possibilitou a criação de novos espaços expositivos.
"São três casas antigas que exigem um cuidado especial no restauro, mas preparamos tudo com muito carinho. A equipe se envolveu de forma muito comprometida para garantir que tudo fosse entregue da melhor maneira possível", destacou Angela.
Ao todo, são mais de 300 mil itens, incluindo todas as edições dos livros (traduções e originais), cartas, jornais, periódicos, trabalhos acadêmicos, as fotografias de Zélia, entre outros. "Tudo está aqui. A missão da Fundação é a guarda, preservação e admiração desse acervo, para pesquisa e para posteridade", comentou Angela, destacando que a casa no Pelourinho é emblemática, pois foi escolhida pelo próprio escritor baiano. "A gente também tem que dar esse resultado à comunidade", complementou.
A diretora também enfatizou a importância do espaço para a preservação da memória de Jorge Amado e Zélia Gattai, além do compromisso de manter vivo o legado poético de sua mãe. "Acho que ficou bonito, modéstia à parte. Não sou só eu quem digo isso. E seguimos em frente, com expectativas altas para janeiro", disse.
Com a reabertura, a Fundação se prepara para receber visitantes durante o verão e anunciou um novo projeto turístico que promoverá a conexão entre o Pelourinho e a Casa do Rio Vermelho, onde Jorge Amado e Zélia Gattai viveram e estão enterrados.
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