'Casa de Jorge Amado é símbolo da revitalização do Pelourinho', diz Clarindo Silva
Espaço foi reaberto ao público nesta quarta-feira (11)
"A [Fundação] Casa de Jorge Amado, para mim, é um símbolo do processo de revitalização [do Pelourinho]", afirmou o escritor, empresário e agitador cultural Clarindo Silva, nesta quarta-feira (11), durante a reabertura do espaço após reforma. "Milhares de pessoas, de todas as partes do mundo, vêm e isso encaixa com a nossa proposta de revitalização, de preservação da nossa memória cultural", completou, em entrevista ao Aratu On.
Para ele, a reabertura do espaço é como uma "reabertura das portas para nações amigas". "Ouço dizer que Jorge Amado é o maior embaixador do Brasil (de todos os tempos). Através da literatura, ele pode levar a beleza e grandiosidade do Centro Histórico para o resto do mundo", explicou.
Durante a entrevista, Clarindo falou ainda que as pessoas precisam "ver o Pelourinho como o coração da nação, e nenhuma nação funciona sem as artérias oxigenadas". Assim, citou alguns pontos - a exemplo das ladeiras do Taboão, Preguiça, Montanha e Caminho Novo - como as artérias do local. "E a Baixa dos Sapateiros, que é a aorta do Pelourinho", completou.
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Por fim, ele pontuou que a posição da Casa de Jorge Amado .pode chamar atenção das pessoas, autoridades e sociedade organizada para a importância do Centro Histórico. "Um povo que não preserva o passado não vive o presente e jamais poderá construir um grande futuro", concluiu.
Reforma da Fundação Casa de Jorge Amado
A reforma foi a maior desde a inauguração da Fundação, em 7 de março de 1987. A sede, que ocupa as casas de números 49 e 51 no Largo do Pelourinho, agora foi conectada ao imóvel de número 47, o que possibilitou a criação de novos espaços expositivos.
"São três casas antigas que exigem um cuidado especial no restauro, mas preparamos tudo com muito carinho. A equipe se envolveu de forma muito comprometida para garantir que tudo fosse entregue da melhor maneira possível", destacou a diretora da casa, Angela Fraga, filha da jornalista e escritora Myriam Fraga, idealizadora do espaço e grande amiga de Jorge Amado, que morreu em 2016.
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Ao todo, são mais de 300 mil itens, incluindo todas as edições dos livros (traduções e originais), cartas, jornais, periódicos, trabalhos acadêmicos, as fotografias de Zélia, entre outros. "Tudo está aqui. A missão da Fundação é a guarda, preservação e admiração desse acervo, para pesquisa e para posteridade", comentou Angela, destacando que a casa no Pelourinho é emblemática, pois foi escolhida pelo próprio escritor baiano. "A gente também tem que dar esse resultado à comunidade", complementou.
Angela Fraga também enfatizou a importância do espaço para a preservação da memória de Jorge Amado e Zélia Gattai, além do compromisso de manter vivo o legado poético de sua mãe. "Acho que ficou bonito, modéstia à parte. Não sou só eu quem digo isso. E seguimos em frente, com expectativas altas para janeiro", disse.
Com a reabertura, a Fundação se prepara para receber visitantes durante o verão e anunciou um novo projeto turístico que promoverá a conexão entre o Pelourinho e a Casa do Rio Vermelho, onde Jorge Amado e Zélia Gattai viveram e estão enterrados.
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