Três participantes do BBB 23 estão em relacionamentos abertos; você sabe como isso funciona?
Para entender melhor o que é relacionamento aberto, o Aratu On conversou com o psicanalista Thiago Louzas
Depois de dias de espera e expectativa, o BBB 23 finalmente estreia nesta segunda-feira (16/1). Na quinta passada, os nomes, histórias e objetivos dos participantes foram revelados e, com essas informações, vieram um detalhe que já estão causando um furdunço nas redes sociais: três brothers declararam que estão em relacionamentos abertos.
Eles são: o psiquiatra Manoel Vicente, de 32 anos, eliminado na Casa de Vidro; Aline Wirley, 41, cantora e integrante do grupo Rouge; e Fred Nicácio, 35, médico e apresentador do programa "The Queer Eye", da Netflix.
Como eles já contaram, mesmo namorando ou até casados, se relacionar com outra pessoa não é traição dentro do modelo de relacionamento que eles construíram com seus parceiros. Para entender melhor o que é relacionamento aberto, como funciona e quais são os principais desafios de quem está em um, o Aratu On conversou com o psicanalista Thiago Louzas.
Primeiramente, ele tira uma dúvida de muita gente que não entende muito bem como essa prática funciona: o que leva um casal a abrir um relacionamento? Para o psicanalista, tem a ver com o interesse das pessoas em se relacionar sexualmente com mais de um parceiro:
"Antes, é preciso ter um olhar sobre o movimento cultural que vem se modificando e colocando o ser humano como o centro. 'Se faz sentir, faz sentido', essa frase retrata bem as relações líquidas e a sociedade atual, portanto, uma abertura a esse tipo de relação. A grande maioria procura abrir o relacionamento como uma forma de 'apimentar' a relação".
Para tomar essa decisão, é muito importante que o casal esteja de acordo: se um aceitar só para suprir a vontade do outro, a chance de dar errado e a relação acabar é enorme. Por isso, Thiago aconselha: "Procurem um terapeuta antes de tomar essa decisão, investiguem bem, pensem no real motivo para abrir".
CIÚME
Muitas pessoas que têm relacionamentos abertos, também têm regras: não pode ficar com pessoas conhecidas, não pode criar uma relação de afeto com ficantes, precisa contar sempre que for sair com alguém - ou tudo isso ao contrário -, e por aí vai. É aberto, mas não é bagunça! Porém, dentro de todas essas variáveis, há um sentimento que, muitas vezes, se repete e gera preocupação: o ciúme. Como lidar com ele?
"Isso, uma hora, sempre chega. Nos atendimentos com relacionamento aberto, sempre haverá um momento em que alguém vai ter uma crise de ciúmes. Aí, não tem como fazer, é ter a responsabilidade de saber que essa foi uma escolha. Não dá para ter as duas coisas ao mesmo tempo".
Em entrevista ao Uol sobre o tema, a psicóloga e sexóloga Adê Monteiro disse que, no caso de relacionamentos abertos, é importante, primeiramente, respeitar o sentimento, caso ele apareça, mas também questionar a origem do ciúme.
"Na não monogamia, estamos questionando certas convicções que levam ao ciúme, tais como a ideia de que o amor é exclusivo ou de que o corpo do outro nos pertence. Desconstruir tais crenças pode nos ajudar a não alimentar o ciúme e não dar ainda mais poder a ele".
Thiago Louzas, porém, alerta: levar um relacionamento aberto para a frente sem querer, só para agradar o outro, pode trazer consequências sérias para o indivíduo. "Muitos acabam desenvolvendo uma ansiedade, um grau melancólico e uso de outros subterfúgios". Ou seja: só entre nessa se você realmente se sentir à vontade, sem pressão.
O Big Brother Brasil 23 começa hoje, depois na novela Travessia, na Globo.
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