Variedades

Justiça autoriza que pais registrem filho com nome do primeiro faraó negro

Inicialmente, juíza tinha afirmado que nome lembra passo de ballet e motivaria bullying

Por Da Redação

Justiça autoriza que pais registrem filho com nome do primeiro faraó negroRedes Sociais / Arquivo pessoal
A Justiça de Minas Gerais autorizou, nessa quarta-feira (11/9), que um casal registrasse o filho com o nome do primeiro faraó negro do Egito: Piiê. A decisão vem 11 dias depois do nascimento do menino, em 31 de agosto, e após recusa do cartório e da juíza, sob alegação de que a criança poderia sofrer bullying.
Catrina e Danillo Prímola travaram uma batalha para que o bebê fosse registrado em homenagem a Piiê, faraó da XXV dinastia egípcia que teve grandes vitórias em conflitos e feitos militares gravados na chamada "Estela da Vitória". O casal conheceu o nome no Carnaval de 2023, quando o Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos de Venda Nova saiu com uma comissão de frente que contava a história de Piiê, o Faraó Negro.

"A gente teve acesso à história dele toda, porque nós estudamos sobre isso. Vimos que é uma grande personalidade negra, que quase não é mostrada na história, praticamente apagada. Eu achei o nome maravilhoso, me encantei, e decidi que quando eu tivesse um filho, esse filho se chamaria Piiê", disse o pai.


O pedido de reconsideração de decisão foi feito pela Defensoria Pública de Minas Gerais, por meio da Coordenadoria Estratégica de Tutela Coletiva, após a primeira negativa de registro por parte da magistrada. A defesa reforçou a origem histórica do nome, a relação que o casal já tinha com o nome, a importância da identidade étnico-racial e o forte vínculo que toda essa simbologia tem com a gestação da criança.
Na sentença desta quarta-feira, a juíza Maria Luiza de Andrade Rangel Pires, da Vara de Registros Públicos da Comarca de Belo Horizonte, afirmou que está convicta que o menino estará sujeito, pela dificuldade da grafia e pela pronúncia, a constrangimentos. Mesmo assim, diante do exposto pela família e pela defesa no pedido, decidiu liberar o registro com sua grafia original.
Recusa no cartório e "passo de ballet"
Os pais do bebê o chamam de Piiê desde que souberam, em um chá revelação, que esperavam um menino. No dia 2 de setembro, Danillo foi registrar a criança e recebeu uma negativa do cartório. A justificativa dada pelo atendente foi a de que a língua portuguesa não tem como predominante o uso de duas letras 'i' seguidas.
Já na negativa dada pela Comarca de Belo Horizonte, em 3 de setembro, a juíza afirmou que o nome lembra o passo de ballet 'pliê' e que, por isso, o menino poderia ser vítima de bullying.

"Tenho que a grafia e pronúncia, em especial, pela grande proximidade com um conhecido passo de ballet, certamente, na atualidade, será apto a expor a criança a ridículo, em especial na fase escolar seja na infância e adolescência", diz trecho da sentença.


*Com informações do SBT News
LEIA MAIS: Câmara aprova aumento da pena de feminicídio para até 40 anos
Acompanhe nossas transmissões ao vivo no www.aratuon.com.br/aovivo. Siga a gente no InstaFacebook e Twitter. Quer mandar uma denúncia ou sugestão de pauta, mande WhatsApp para (71) 99940 – 7440. Nos insira nos seus grupos!

Importante: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Aratu On.

Tópicos relacionados

Relacionadas

Aratu On

O Aratu On é uma plataforma focada na produção de notícias e conteúdos, que falam da Bahia e dos baianos para o Brasil e resto do mundo.

Política, segurança pública, educação, cidadania, reportagens especiais, interior, entretenimento e cultura.
Aqui, tudo vira notícia e a notícia é no tempo presente, com a credibilidade do Grupo Aratu.

Siga-nos

Nós utilizamos cookies para aprimorar e personalizar a sua experiência em nosso site. Ao continuar navegando, você concorda em contribuir para os dados estatísticos de melhoria. Conheça nossa Política de Privacidade e consulte nossa Política de Cookies.