CASO BIEL: Após dispensar repórter assediada por funkeiro, portal IG demite editora que escreveu matéria de denúncia
CASO BIEL: Após dispensar repórter assediada por funkeiro, portal IG demite editora que escreveu matéria de denúncia
?Mas por que ela não denunciou??, ?por que não se defendeu??, ?por que não gritou??. Estas perguntas são feitas constantemente pela sociedade em casos de abuso e violência, o portal IG respondeu o motivo que silencia várias mulheres. Em pouco mais de uma semana, duas profissionais que não se calaram contra o assédio sexual cometido pelo MC Biel foram demitidas. As mulheres têm medo de sofrer represálias, julgamentos e o pior, a revitimização.
A repórter de apenas 21 anos foi desligada da empresa logo após a repercussão do caso de denúncia feita contra o funkeiro que causou constrangimento à profissional durante o exercício de sua função. Após sofrer pressão, o jovem escolheu a internet como veículo para se desculpar da violência praticada, sua agenda de shows voltou ao normal e a vítima perdeu o emprego.
Segundo os advogados da jovem, ela busca os motivos que levaram sua demissão, ainda não esclarecida pela empresa. A justificativa dada à imprensa até o momento é um corte de gastos, mas apenas duas profissionais foram demitidas e coincidentemente as duas envolvidas na denúncia de assédio. ?Ela busca entender o porquê desta atitude e os possíveis reflexos em sua carreira. O objetivo dela sempre será o de defender a sua honra como mulher e também de sua classe profissional?, explicam o advogados.
Nesta semana foi a vez da editora executiva Patrícia Moraes, o argumento foi o mesmo ? corte da gastos, o IG defende a necessidade de “seniorização da equipe”, segundo informou à imprensa. Até o momento apenas a jornalista assediada e a editora que apoiou a profissional foram desligadas para cumprir a meta de redução de custos da empresa.
JORNALISTAS CONTRA O ASSÉDIO
Um grupo de jornalistas decidiu se manifestar em repúdio às demissões realizadas pelo portal e discutir o assédio vivo diariamente pelas profissionais, em vídeo algumas profissionais falam dos tipos de abuso vividos em sua rotina. Após a segunda demissão, as organizadoras do movimento fizeram um manifesto na página do grupo no Facebook.
Veja:
Em cinco dias de campanha a página já chegou a 15 mil seguidores.
Ao portal Imprensa, o presidente do sindicato, Paulo Paulo Zocchi, condenou a segunda demissão relacionada ao assédio de Biel:
?O sindicato já se posicionou claramente condenando o assédio sexual da estagiária e se solidariza com ela e agora com a editora. Condenamos do princípio ao fim a atuação da empresa nesse caso. A empresa expôs a estágiaria, não a defendeu quando ela sofreu a agressão, puniu a vítima ao demiti-la e agora pune a outra jornalista que estava fazendo o trabalho de divulgar uma informação. (…)?