Aviso de doação de cadeiras de rodas que circula nas redes é falso; saiba como conseguir o benefício
Aviso de doação de cadeiras de rodas que circula nas redes é falso; saiba como conseguir o benefício
Quem mora em Salvador e utiliza grupos nas redes sociais possivelmente já recebeu nesta semana uma mensagem com aviso de doação de 500 cadeiras de rodas. Segundo a mensagem reproduzida abaixo, basta que o solicitante tenha um laudo médico e esteja inscrito em um dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) do Estado para poder solicitar um dos equipamentos.
A notícia seria muito positiva, se não fosse falsa. E quem está sofrendo com a repercussão da mensagem é a dona dos aparelhos divulgados, que já não suporta mais receber chamadas de pessoas buscando pelas doações. O telefone fixo já foi desativado e ela atende ao celular já preparada para responder que não está realizando doações de cadeiras de rodas. Além disso, quem realmente precisa do equipamento e está passando por um momento muito delicado também sofre ao perceber que caiu em uma brincadeira de mau gosto.
O Aratu Online estrou em contato com a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (Sedes), responsável pelos CREAs, para saber se havia alguma possibilidade de que a mensagem fosse verdadeira, apenas com os contatos incorretos. A assessoria da instituição informou que não tem conhecimento de campanhas como a mencionada. Além disso, a Sedes orienta que as pessoas com necessidades de utilização de uma cadeira de rodas entre em contato com as Voluntárias Sociais.
Procedimento Correto
A assessoria das Voluntárias Sociais informou que realiza doações dos equipamentos e que, para participar do processo de análise para recebimento, as pessoas interessadas devem procurar o órgão, localizado na Rua Baronesa de Sauipe, nº 382, Largo do Campo Grande, ou entrar em contato com o Serviço Social através do número (71) 3117-4923. Após passarem pelo processo de avaliação, as pessoas selecionadas devem receber as doações a partir do segundo semestre.
Outros Casos
Não só de serviços falsos vivem os “contadores de histórias” das redes sociais. Outros casos foram recentemente registrados no Estado causando, inclusive, risco de vida às pessoas envolvidas. Em um dos mais recentes, o segurança José Fernando foi confundido com um homem suspeito de estupro e teve sua imagem amplamente divulgada nas redes. Ele precisou ser afastado do emprego e chegou a temer sair às ruas e sofrer represálias.
Em Vitória da Conquista, no Sudoeste baiano, uma mulher postou em suas redes sociais uma foto na qual mostrava que havia uma barata nos pães que tinha comprado em uma padaria com mais de 40 anos de atuação na cidade. A imagem mostrava uma barata viva passando pelos pães ainda dentro da sacola do estabelecimento. O caso ganhou repercussão e levou a Vigilância Sanitária ao local, que poderia inclusive ser fechado se as suspeitas fossem confirmadas. Houve uma vistoria e nada de incorreto foi verificado. Ao ser procurada para explicar a denúncia, a mulher se recusou a atender a imprensa.
Quando boatos terminam em morte
Em maio de 2014, a dona de casa Fabiane Maria de Jesus, de 33 anos, foi linchada por moradores do Guarujá, no litoral de São Paulo. Fabiane foi atacada por uma multidão depois da publicação de um retrato falado em uma página no Facebook de uma mulher que realizava rituais de magia negra com crianças sequestradas. A população achou que a vítima era parecida com a imagem divulgada e resolveu fazer justiça com as próprias mãos. De acordo com o inquérito, o retrato falado atribuído a Fabiane havia sido feito por policiais do Rio de Janeiro em agosto de 2012. Na ocasião, uma mulher foi acusada de tentar roubar um bebê do colo da mãe em uma rua de Ramos, na Zona Norte da cidade.