Tatuagens podem afetar sistema imune e interferir em vacinas, indica estudo
Os pigmentos da tatuagem migram para a circulação linfática e se acumulam nos gânglios, estruturas essenciais para organizar a defesa do organismo. | Foto: Ilustrativa/Pexels
Por Bruna Castelo Branco.
Um estudo preliminar publicado nesta terça-feira (2/12) na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) indica que tintas usadas em tatuagens — sobretudo nas cores preta e vermelha — podem interferir no funcionamento do sistema imunológico.
Segundo os pesquisadores, os pigmentos não permanecem apenas na pele. Em poucas horas, eles migram para a circulação linfática e se acumulam nos gânglios, estruturas essenciais para organizar a defesa do organismo.

Essa movimentação ativa macrófagos, células de defesa encarregadas de engolir materiais estranhos. No entanto, como muitos pigmentos contêm metais e compostos sintéticos de difícil degradação, esses macrófagos acabam morrendo ao tentar processá-los. O acúmulo de partículas e células mortas pode gerar inflamação crônica nos gânglios por anos.
Impacto nas vacinas
Os gânglios linfáticos têm papel central na resposta às vacinas, por serem locais onde o organismo aprende a produzir anticorpos e células de memória. Se estiverem inflamados ou sobrecarregados por pigmentos, a resposta imunológica pode ser menos eficiente. Você sabia, aliás, que se vacinar enquanto estiver gripado também não é uma boa opção?

O estudo sugere que vacinas aplicadas próximas a uma tatuagem — especialmente quando recente — podem gerar uma resposta menor em parte da população. Isso ocorre porque macrófagos comprometidos têm mais dificuldade para capturar o antígeno e acionar o restante do sistema imune. Nos experimentos, tintas pretas e vermelhas provocaram os efeitos mais tóxicos.
Os autores ressaltam, porém, que os resultados ainda são preliminares. Parte das análises foi conduzida em modelos animais ou em laboratório, e a magnitude do impacto em humanos ainda precisa ser estabelecida.

Além disso, as tintas estudadas representam apenas uma fração das utilizadas globalmente, que variam em composição, presença de metais pesados e padrões de fabricação. Mesmo assim, os cientistas avaliam que o achado é relevante, sobretudo diante do aumento do número de pessoas tatuadas.
O próximo passo, segundo a equipe, é investigar como os pigmentos interagem com o sistema imunológico para orientar profissionais de saúde e contribuir para regulações mais claras na indústria de tatuagens.
Campanha de vacinação na Bahia
A vacinação contra a gripe está liberada para toda a população a partir dos seis meses de idade na Bahia. A medida, anunciada pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), tem como objetivo aumentar a cobertura vacinal e ampliar a proteção contra complicações e formas graves da doença.
Siga a gente no Insta, Facebook, Bluesky e X. Envie denúncia ou sugestão de pauta para (71) 99940 – 7440 (WhatsApp).