Startup baiana cria materiais sustentáveis para uso industrial
Materiais sustentáveis de startup no Parque Tecnológico da Bahia atendem à produção de carros e impressão 3D de base biológica
Por Júlia Naomi.
Uma empresa residente no Parque Tecnológico da Bahia elabora soluções tecnológicas para redução de custos na indústria com o uso de materiais sustentáveis, nas áreas de segurança, metalurgia avançada e bioeconomia. Nomeada de TRL9.tech, a startup desenvolve pesquisas com subprodutos de biomas brasileiros e utiliza nanotecnologia para o desenvolvimento de patentes.
Todas as patentes registradas pela startup possuem o Selo Verde INPI, concedido pelo Programa de Patentes Verdes do Instituto Nacional da Propriedade Industrial. O reconhecimento é atribuído apenas a tecnologias que promovem economia sustentável e reduzem os danos ao meio ambiente.
“A gente trabalha ativamente para transformar as ideias em realidade, fazer com que elas alcancem o nível mais alto de maturidade. Existe a indústria, a academia e nós, que fazemos a ponte entre esses dois pilares da sociedade”, explica Rodrigo Polkowski, CEO e diretor de projetos da startup.
Startup da Bahia produz materiais sustentáveis para segurança e energia limpa
No campo da defesa e segurança, a TRL9.tech elabora equipamentos para melhoria da performance de serviços de proteção militares e privados. Dentro os produtos estão coletes à prova de balas mais leves que os convencionais, além de compostos de base biológica para proteção de veículos e aeronaves.
Já na metalurgia, a empresa é especialista em técnicas de homogeneização e dispersão de nanomateriais, que permitem a obtenção de ligas metálicas resistentes e duráveis. Exemplo disso é a criação, ainda em desenvolvimento, de compóstos especiais de aço aprimorados com grafeno, material leve e resistente que contribui para a redução do impacto ambiental.
A startup também impulsiona avanços em tecnologias de energia limpa. Exemplo disso é a produção de membranas filtrantes de células de combustível a base de hidrogênio. Na área de bioeconomia, a TRL9.tech utiliza biomassa residual para criação de materiais sustentáveis, como polímeros verdes, nanopartículas de celulose e filamentos de impressão 3D de base biológica.
Atividades como essa utilizam resíduos de plantas como o sisal e o coco de babaçu, sem que haja desmatamento. Assim, alia-se inovação tecnológica com impacto ambiental positivo, desenvolvendo, principalmente, regiões semiáridas do Brasil.
Empresa baiana usa método de avaliação da NASA para desenvolvimento de tecnologias
Antes de lançar seus produtos, a TRL.9 tech utiliza o sistema de medição de maturidade tecnológica Technology Readiness Levels (TRLs), desenvolvida pela NASA. A escala vai de TRL 1, que corresponde à ideia inicial, até TRL 9, que indica que a tecnologia está pronta para uso comercial. Durante o desenvolvimento, os materiais passam por uma série de avaliações até serem aprovados para a última categoria.
Polkowski explica que a empresa investe na conexão entre o mercado e a pesquisa científica vinda do setor acadêmico. “Este é o nosso principal motor da inovação". Dos sete integrantes da equipe, seis são doutores em suas respectivas áreas. O time é multidisciplinar, com formações em bioeconomia, engenharia química e engenharia de materiais, com o objetivo de transformar conhecimento técnico em produtos aplicáveis.
A TRL9.tech é residente no Parque Tecnológico da Bahia, equipamento vinculado à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), há dois anos. “Para estar aqui, é preciso ter uma proposta inovadora e passar por etapas de avaliação. Então, quando a gente submete um projeto para o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) ou para a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e coloca que a empresa está sediada aqui, isso já diz muito sobre nós e transmite confiança no nosso trabalho”, declara o CEO.
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