Werner comenta alcance de 6 suspeitos da morte técnicos de internet

Investigações ainda buscam duas pessoas responsáveis pelo crime contra os técnicos de internet

Por Da redação.

"Estamos com perícias sendo realizadas pela polícia científica e pela polícia civil, fortalecendo e priorizando a investigação, que, inclusive, já alcançou seis pessoas ligadas diretamente com esse fato bárbaro". Assim, o secretário de Segurança Pública de Salvador, Marcelo Werner, descreveu, nesta terça-feira (23), as medidas adotadas em relação à morte de três técnicos de internet, no dia 16 de dezembro.

O secretário detalha que, dentre os suspeitos alcançados, quatro foram presos e um veio a óbito após confornto. Um adolescente suspeito presta depoimento nesta tarde.

As investigações ainda buscam duas pessoas responsáveis pelo crime. Adriel Santos Silva, conhecido como Nego D’Água, e Igor Tarso Canuto da Silva, apelidado de O Piloto. Werner reforça que o Disque Denúncia da Secretaria da Segurança Pública, de número 181, está à disposição de quem desejar repassar informações sobre os foragidos. O anonimato é garantido.

Quem são os seis suspeitos alcançados

Equipes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) realizaram a primeira prisão contra Jonatas Amorim Nascimento. Ele foi localizado e preso no bairro de São Marcos, no domingo (21), em uma ação da Operação Signum Fractum.

Jonatas Amorim Nascimento. | Foto: Reprodução Rede Social

Também no domingo, outro suspeito, Jeferson Caíque Nunes dos Santos, conhecido como “Badalo”, entrou em confronto com policiais civis no bairro de Massaranduba. Segundo a Polícia Civil, ele atirou contra os agentes e acabou sendo baleado.

Jeferson Caique Nunes Dos, vulgo Badalo. | Foto: Reprodução Rede Social

O suspeito chegou a ser socorrido para uma unidade hospitalar, mas, segundo a corporação, não resistiu aos ferimentos. De acordo com as investigações, Jeferson era apontado como um dos principais responsáveis pela execução dos três trabalhadores.

Já entre a noite de segunda-feira (22) e a manhã desta terça-feira (23), outros suspeitos se apresentaram à polícia. Entre eles estão Joeferson Gomes dos Santos, o Gueu Banguela; Kauan Pires da Silva, o Cabeça de TV; e Alexandre Souza Barbosa, o Esquilo. 

Kauan Pires da Silva (à esquerda), Joeferson Gomes dos Santos (ao centro) e Alexandre Souza Barbosa (à direita). Foto: Reprodução

A advogada de um adolescente suspeito de envolvimento no crime compareceu, na manhã desta segunda-feira (23) , à Delegacia do Adolescente Infrator (DAI) para tratativas legais ligadas ao caso. De acordo com Marcelo Werner, ele presou depoimento na tarde desta terça-feira (23).

As investigações ainda buscam duas pessoas responsáveis pelo crime. Adriel Santos Silva, conhecido como Nego D’Água, e Igor Tarso Canuto da Silva, apelidado de O Piloto.

Adriel Santos da Silva (à esquerda) e Igor Tarso Canuto da Silva (à direita).Foto: Reprodução

Quem autorizou o crime?

A primeira prisão, de "Jon", permitiu à polícia identificar o grupo responsável por autorizar o crime contra os técnicos. Os apontados como mandantes são George Ferreira Santos, o “Capenga”; Venício Bacelar Costa, o “Fofão”; Antônio Dias de Jesus, o “Colorido”; e Édson Silva de Santana, o “Jegue”. 

George Ferreira Santos, o “Capenga”; Venício Bacelar Costa, o “Fofão”. Foto: Reprodução

Antônio Dias de Jesus, o “Colorido”; e Édson Silva de Santana, o “Jegue”. Foto: Reprodução

Os três primeiros estão custodiados no Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador. Já “Jegue”, que já integrou o Baralho do Crime da Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), está foragido no Rio de Janeiro e segue sendo procurado. Ele é apontado como mandante e identificado como uma das lideranças do BDM,

Entenda o caso

As vítimas, Ricardo Antônio da Silva Souza, 44 anos; Jackson Santos Macedo, 41; e Patrick Vinícius dos Santos Horta, 28, foram sequestrados após realizarem um serviço de instalação durante a tarde nas imediações do bairro de Marechal Rondon, em Salvador. Os corpos foram encontrados no bairro do Alto do Cabrito, comandado pela facção Comando Vermelho (CV).

Morte de técnicos de internet em Salvador ocorreu no dia 16 de dezembro (terça-feira). Foto: Reprodução

A versão inicial sugeria que as mortes estavam atribuídas a recusa do pagamento de "pedágio" ao tráfico, no entando, a hipótese foi descartada tanto pela empresa para a qual as vítimas prestavam serviço quanto pela Polícia. A motivação do crime está ligada à suspeita de instalação de equipamentos de monitoramento a serviço de facções criminosas.

Um dos suspeitos, preso na segunda-feira (22), foi responsável por gravar um vídeo destinado a líderes da facção Bonde do Maluco (BDM), no qual questionava a natureza do serviço realizado pelos técnicos.

Segundo a investigação, os criminosos do BDM suspeitaram que os técnicos eram ligados ao Comando Vermelho e estariam instalando câmeras de segurança para monitorar as ações do grupo na região. Ao Aratu On, uma fonte ligada à polícia informou que as vítimas foram deixadas no local de "forma estratégica", em resposta à suposta agressão do CV. 

Durante as apurações, a polícia teve acesso a conversas de WhatsApp que comprovam a articulação do crime, desde a chegada dos técnicos à região até a decisão pela execução, após o aval do líder da facção, que está no Rio de Janeiro. As mensagens indicam que, após as vítimas serem inicialmente liberadas pelos traficantes, o mandante ordenou que os criminosos voltassem e matassem os três homens.

"Eles foram sequestrados perto do bairro onde pararam para almoçar. Se tivessem ido embora, nada disso teria acontecido. E outro detalhe: os quatro [suspeitos] fazem um comunicado para esse líder para dizer 'Tinha uns caras aqui instalando câmeras e a gente expulsou'. E aí, esse líder fala: 'Não, se estava instalando câmera, seja para facção rival ou para a polícia, mata'. E aí, eles [os suspeitos] vão lá e pegam", relatou, com exclusividade, a fonte policial ao Aratu On.

Empresa nega ter recebido ameaças antes da morte de técnicos de internet

A Polícia Civil reforçou ainda que, conforme esclarecido em nota pela empresa responsável pelo serviço, não houve qualquer irregularidade ou cobrança relacionada às instalações realizadas na área. A informação também foi confirmada pelos investigadores.

Na nota, a empresa negou que estaria sofrendo ameaças por parte de uma facção criminosa e que não pagava nenhum “pedágio” para acessar o bairro, como havia circulado nas redes sociais.

“A Planet Internet encontra-se consternada com o ocorrido e vem prestando todo o apoio necessário às famílias dos funcionários. Destaca, ainda, que em momento algum a empresa foi contactada, por quem quer que seja, muito menos recebeu qualquer pedido de resgate ou de pagamento para acesso de suas equipes à localidade”, diz o comunicado.

Carro usado pelos técnicos de internet 

As Forças Estaduais da Segurança Pública localizaram, na quinta-feira (18), o veículo utilizado pelos técnicos de internet. O carro, que é da empresa em que as vítimas trabalhavam, foi encontrado abandonado na região das Granjas Rurais.

Os corpos foram encontrados no bairro do Alto do Cabrito, comandado pela facção Comando Vermelho (CV). | Foto: SSP-BA

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