Segurança online para idosos: prevenindo golpes digitais na Terceira Idade

Segundo dados do IBGE, de 2016 a 2024, o número de idosos que acessam a internet saltou de 6,5 milhões para 24,5 milhões. Esse crescimento representa uma alta de 278%. No entanto, um alerta surge com esses dados: a segurança online para idosos.

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A pesquisa do IBGE revelou que, entre os principais usos da internet, estão o envio e recebimento de mensagens, a comunicação e o acesso a bancos, uma combinação de ferramentas frequentemente utilizadas por criminosos para aplicar golpes nesse público-alvo.

A dificuldade e a limitação dos idosos no uso de dispositivos eletrônicos e no acesso a serviços públicos digitais tornam esse grupo mais vulnerável a fraudes e golpes.

Entre janeiro e setembro de 2024, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania registrou 72,4 mil casos de violação patrimonial denunciados no Disque 100. Quase metade das vítimas era de pessoas idosas.

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Segurança online para idosos

Com o passar dos anos, os criminosos criam novas táticas para fazer cada vez mais vítimas. Uma das principais ameaças é o phishing, que consiste em mensagens fraudulentas nas quais eles se passam por bancos, loterias ou serviços públicos, solicitando informações pessoais.

O advogado Sidarta Bastos explica que os idosos estão mais vulneráveis a esse tipo de golpe devido à falta de habilidade com os meios digitais, além do fato de eles não acompanharem informações sobre as práticas criminosas mais atuais.

“Eles também não têm um acesso tão intenso, como ocorre com as pessoas mais jovens, às notícias que alertam sobre golpes. Então, considerando que eles têm um nível maior de desconhecimento em relação às situações que estão acontecendo atualmente, terminam sendo um grupo efetivamente mais vulnerável”, afirma o advogado.

Tipos de golpes contra os idosos

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgou uma lista das ações criminosas mais frequentes contra pessoas idosas. Entre as mais comuns, estão aquelas que utilizam técnicas de manipulação para conquistar a confiança da vítima e obter acesso a informações privadas.

Confira os principais:

Falsa central telefônica

Neste tipo de golpe, os criminosos ligam se passando por funcionários de bancos, informando sobre alguma irregularidade na conta da vítima. Para “verificar” o problema, solicitam dados pessoais.

Um exemplo disso ocorreu com um idoso de 59 anos, que preferiu não se identificar. Ele recebeu uma ligação sobre uma compra suspeita autorizada em seu cartão. Após estranhar o pedido de senha, questionou se não seria melhor procurar uma agência. O suspeito desligou imediatamente.

Os bancos reforçam que nunca pedem informações sensíveis por telefone. Nesses casos, o ideal é desconfiar e entrar em contato direto com o banco.

Falso empréstimo consignado ou INSS

Os criminosos oferecem, por telefone, empréstimos consignados ou portabilidades com boas condições, fingindo ser representantes de instituições financeiras.

Além do empréstimo, há golpes relacionados a pensões e aposentadorias do INSS.

“Outra forma foi o que aconteceu com idosos do INSS, que tiveram descontos indevidos. Isso não acontece apenas neste âmbito. Muitas pessoas também tiveram empréstimos, consignados ou não, aprovados por bancos mediante a invasão de seus celulares e roubo de dados sensíveis, inclusive senhas bancárias”, relatou o advogado.

Falso amor

Neste golpe, criminosos miram pessoas emocionalmente carentes, com o objetivo de seduzí-las e obter dinheiro, manipulando seus sentimentos.

“Eles começam a elogiar e iludir, tanto idosos quanto idosas, tentando manter uma aproximação afetiva para depois extorquir ou tirar dinheiro dessas pessoas. Muitas vezes, se passam por pessoas famosas e dizem ter muito dinheiro”, explica.

Um caso conhecido envolveu uma mulher francesa, identificada como Anne, que perdeu cerca de R$ 5,2 milhões ao acreditar estar em um relacionamento com o ator Brad Pitt. O golpista usava imagens geradas por inteligência artificial.

Troca de cartão

Disfarçados de vendedores, os golpistas observam a senha digitada no momento do pagamento com a maquininha. Em seguida, devolvem um cartão trocado, ficando com o verdadeiro e a senha.

Falso sequestro

A vítima recebe uma ligação em que alguém, chorando, finge ser seu filho ou filha, dizendo que foi sequestrado. Em seguida, outro criminoso entra na linha e exige dinheiro como resgate pelo falso sequestro.

Dicas para evitar golpes

Com tantos métodos usados pelos criminosos, principalmente no meio digital, uma das principais formas de se proteger é sempre conferir os dados antes de realizar uma transação e, principalmente, evitar clicar em links suspeitos.

Veja algumas dicas de segurança online para idosos:

- Nunca compartilhar senhas ou códigos de autenticação;

- Ativar a autenticação em dois fatores em todos os aplicativos bancários;

- Evitar clicar em links recebidos por canais não verificados;

- Desconfiar de promoções ou pedidos de dinheiro fora do padrão;

- Utilizar senhas fortes e diferentes para cada serviço;

- Manter o celular e os aplicativos sempre atualizados.

Caiu em um golpe? Veja o que fazer

Se a vítima não conseguiu evitar o golpe, o mais importante é agir rapidamente. O primeiro passo é entrar em contato com o banco e registrar um Boletim de Ocorrência, pois trata-se de um crime.

“Tanto o idoso quanto seu familiar podem auxiliar no registro da ocorrência. Aqui em Salvador, por exemplo, temos a delegacia contra crimes cibernéticos, e acredito que esse tipo de delegacia já aceita o registro online, por meio do site da Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia”, explica Sidarta Bastos.

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