PF faz operação para investigar vírus que ameaça ararinhas-azuis na Bahia

Ação apura disseminação de vírus que ameaça ararinhas-azuis em programa de reintrodução da espécie

Por Ananda Costa.

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (3), uma operação para investigar a possível disseminação de vírus que ameaça ararinhas-azuis em atividades do programa de reintrodução da espécie, realizada no município de Curaçá, no norte da Bahia.

Vírus que ameaça ararinhas-azuis na Bahia. Foto: PF |  Camile Lugarini

Segundo a corporação, a investigação identificou indícios de que empresas e pessoas físicas ligadas ao projeto teriam descumprido protocolos sanitários obrigatórios. A suspeita é de que essas falhas tenham permitido a entrada e a propagação do circovírus aviário (PBFD), doença altamente contagiosa, sem tratamento e com potencial para comprometer a sobrevivência da ararinha-azul e de outras aves da Caatinga.

A PF também aponta resistência ao cumprimento de medidas emergenciais determinadas pelo ICMBio, como isolamento sanitário, testagens seriadas e recolhimento de aves de vida livre.

Cerca de 30 policiais federais cumprem cinco mandados de busca e apreensão em endereços localizados em Curaçá (BA) e Brasília (DF). As ordens foram expedidas pela Vara Federal da Subseção Judiciária de Juazeiro (BA) e incluem a apreensão de aves e dispositivos eletrônicos.

Os investigados poderão responder pelos crimes de disseminação de doença que causa dano à fauna, morte de animais silvestres e obstrução de fiscalização ambiental. Somadas, as penas podem chegar a oito anos de reclusão, além de sanções administrativas.

A Polícia Federal afirma que a operação reforça o compromisso com a proteção da biodiversidade e o cumprimento da legislação ambiental e internacional de conservação.

Ararinhas-azuis na Bahia

Foto: arquivo/Governo Federal

Em 2020, o primeiro grupo de oito ararinhas azuis foram reintroduzidas a natureza depois de 22 anos de extinção. A soltura foi realizada na caatinga Brasileira

O fato histórico já vinha sendo colocado em prática desde os anos 2020 e, dois anos depois, os primeiros espécimes já poderão voltar a integrar seu habitat natural. A iniciativa das ararinhas azuis é um projeto do Instituto Chico Mendes de preservação a Bio diversidade (ICMBio) e de outros órgão públicos e privados. 

 No dia 20 de novembro de 2023, uma nova esperança surgiu para a espécie Cyanopsitta spixii, a ararinha-azul, que está ameaçada de extinção. Foi anunciado que dois filhotes da ave nasceram há 10 dias no município de Curaçá, no norte da Bahia.

O anúncio só foi feito dias depois, pois, por ter uma taxa de sobrevivência muito baixa nos primeiros dias, os pesquisadores preferiram preservar a vida dos novos filhotes.

Essa é a primeira vez em 37 anos que nascem filhotes da espécie no sertão baiano, habitat natural desses animais. Com uma família formada por um macho chamado "Bizé" e uma fêmea que foi liberada em dezembro do ano passado, os filhotes constituem a primeira família em vida livre da espécie no local. Eles foram procriados em ninhos artificiais no alto de uma árvore de caraibeira e seguem sendo monitorados pelos pesquisadores da espécie.

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