Ararinhas-azuis recapturadas na Bahia testam positivo para vírus letal
Ararinhas-azuis recapturadas na Bahia foram diagnosticadas com vírus letal associado à doença do bico e das penas
Por Ananda Costa.
As ararinhas-azuis recapturadas na Bahia no início de novembro testaram positivo para um vírus letal associado ao circovírus dos psitacídeos, segundo resultados divulgados pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente. As aves foram recolhidas após suspeitas de infecção observadas em campo.

O circovírus, originário da Austrália, é o agente responsável pela doença do bico e das penas, que afeta psitacídeos como araras, papagaios e periquitos. A enfermidade não tem cura e costuma ser fatal, provocando alterações na coloração das penas, falhas no empenamento e deformidades no bico. O ICMBio reforça que o vírus não representa risco para humanos nem para aves de produção.
As ararinhas haviam sido repatriadas da Europa e integravam o Programa de Reintrodução da Ararinha-Azul, em Curaçá (BA). Elas foram mantidas em um criadouro conservacionista e soltas na natureza em 2022.
O instituto informou que segue investigando a origem da infecção. A próxima etapa prevê a separação segura entre aves positivas e negativas, com o objetivo de reforçar protocolos de biossegurança no manejo da espécie, considerada criticamente ameaçada de extinção.
Ararinhas-azuis na Bahia

Em 2020, o primeiro grupo de oito ararinhas azuis foram reintroduzidas a natureza depois de 22 anos de extinção. A soltura foi realizada na caatinga Brasileira.
O fato histórico já vinha sendo colocado em prática desde os anos 2020 e, dois anos depois, os primeiros espécimes já poderão voltar a integrar seu habitat natural. A iniciativa das ararinhas azuis é um projeto do Instituto Chico Mendes de preservação a Bio diversidade (ICMBio) e de outros órgão públicos e privados.
No dia 20 de novembro de 2023, uma nova esperança surgiu para a espécie Cyanopsitta spixii, a ararinha-azul, que está ameaçada de extinção. Foi anunciado que dois filhotes da ave nasceram há 10 dias no município de Curaçá, no norte da Bahia.
O anúncio só foi feito dias depois, pois, por ter uma taxa de sobrevivência muito baixa nos primeiros dias, os pesquisadores preferiram preservar a vida dos novos filhotes.
Essa é a primeira vez em 37 anos que nascem filhotes da espécie no sertão baiano, habitat natural desses animais. Com uma família formada por um macho chamado "Bizé" e uma fêmea que foi liberada em dezembro do ano passado, os filhotes constituem a primeira família em vida livre da espécie no local. Eles foram procriados em ninhos artificiais no alto de uma árvore de caraibeira e seguem sendo monitorados pelos pesquisadores da espécie.
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