Oruam é transferido e passa a dividir cela com líderes de facção

O rapper Oruam passou por uma nova audiência de custódia nesta segunda-feira (4) e foi transferido de uma cela individual para um espaço coletivo na Penitenciária Dr. Serrano Neves, no Complexo de Gericinó, conhecido como Bangu 3, no Rio de Janeiro. A unidade abriga lideranças do Comando Vermelho (CV), uma das principais facções criminosas do estado.

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Preso preventivamente desde o dia 22 de julho, Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, é réu por tentativa de homicídio qualificado, após supostamente atacar agentes durante uma operação no bairro do Joá, na zona oeste da capital fluminense.

Até então, o rapper cumpria a medida em isolamento. A transferência para a cela coletiva é interpretada por fontes do sistema prisional como um “benefício interno”, ainda que não oficial, já que o artista passou a dividir o espaço com detentos ligados à maior facção criminosa do Rio, comandada por seu pai, Márcio dos Santos Nepomuceno, conhecido como Marcinho VP.

Entre os mais perigosos

Na mesma unidade estão alguns dos criminosos mais perigosos do estado. Um deles é Marco Antônio Pereira Firmino, o "My Thor", preso há quase 20 anos. Outro é Leonardo Farinazo Pampuri, o "Léo Barrão", apontado como peça-chave da facção na zona oeste.

Também está detido Alexander de Jesus Carlos, conhecido como "Choque" ou "220v", que ganhou notoriedade em 2008 ao conceder uma entrevista ao vivo ao SBT Rio enquanto liderava a comunidade de Manguinhos. Apesar de estar preso desde então, ele continua sendo uma figura influente dentro da facção.

Outro nome de destaque é Arnaldo da Silva Dias, o "Naldinho do Complexo de Gericinó", considerado um dos porta-vozes do Comando Vermelho. Em 2024, ele voltou ao noticiário após a Polícia Federal interceptar ordens suas para uma "trégua" durante a cúpula do G20 no Rio. Ele foi condenado a 50 anos de prisão por tráfico de drogas e homicídios.

Relembre o caso

A prisão de Oruam foi decretada após uma operação policial no dia 21 de julho. De acordo com a Polícia Civil, o rapper teria atacado agentes, facilitando a fuga de um dos principais ladrões de carros do estado, identificado como líder da chamada "equipe do ódio", grupo responsável por roubos de veículos na zona norte e por atuar como segurança de Edgar Alves, o Doca, chefe do CV.

Na mesma noite, o artista publicou um vídeo alegando ter fugido da ação policial em sua casa. No entanto, acabou se entregando às autoridades no dia 23.