Homem morre após receber ácido de limpeza na veia durante hemodiálise

Bruno Rodrigues Ventura dos Santos, de 29 anos, entregador, morreu na segunda-feira (8), após passar 18 dias internado em decorrência de um erro durante uma sessão de hemodiálise em uma clínica privada de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Bruno foi diagnosticado com doença renal crônica em 2023 e, desde então, fazia hemodiálise três vezes por semana na clínica Nice Diálise. No dia 20 de agosto, durante uma sessão, ele recebeu ácido peracético - que serve como desinsetante e esterilizante de alto nível para diversas aplicações, sendo utilizado na saúde diretamente na veia. O erro aconteceu durante a troca da profissional responsável pelo atendimento.

+ Após fiscalização, Sesab promete atendimento a pacientes em Cruz das Almas

+ Pacientes renais são beneficiados com ampliação da capacidade de hemodiálise do Hospital Ana Nery

Os pais de Bruno informaram à Polícia Civil que o diretor técnico da clínica reconheceu a falha e admitiu que resíduos do ácido permaneceram na máquina usada pelo paciente. De acordo com o laudo médico, a substância provocou hemorragia cerebral, edema e insuficiência respiratória aguda, conforme informações do G1. 

O caso havia sido registrado inicialmente como lesão corporal por imperícia, mas, com a morte de Bruno, a investigação deve ser reclassificada.

Certificado vencido

A clínica Nice Diálise, no bairro São Miguel, estava com o certificado de regularidade vencido desde 28 de junho de 2025, segundo o boletim de ocorrência. Após o incidente, a Vigilância Sanitária realizou uma inspeção e afirmou que, na ocasião, as licenças de funcionamento estavam regulares. A apuração do caso segue em andamento para esclarecer os fatos e definir medidas.

+ Hospital das Clínicas sofre infestação de aranhas venenosas, denuncia funcionário

A Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil de São Gonçalo informou que a clínica era credenciada para procedimentos de alta complexidade pelo SUS e manteve convênio com o município até abril deste ano. O Cremerj confirmou que o diretor técnico possui registro ativo e abriu uma sindicância para investigar o episódio.