Dunas de areia cobrem casas e ruas no Litoral do RS; confira imagens

Dunas de areia estão cobrindo casas e ruas em região no Litoral do RS: 'A gente come areia aqui', diz moradora

Por Laraelen Oliveira.

No Litoral Norte do Rio Grande do Sul, na Barra de Tramandaí, moradores convivem com o avanço das dunas sobre as casas e ruas da região. Segundo relatos dos moradores, a situação vem piorando no último ano e a prefeitura busca autorização para iniciar obras de contenção. 

Um dos principais fatores para a situação da região, é a força do vento nordeste, que joga a areia para dentro das casas e ruas da Barra de Tramandaí. Em entrevista à RBS TV, a moradora Maria Jardim relata que se sente ameaçada pelas dunas, que contam cerca de oito metros de altura.

“A gente come areia aqui praticamente todos os dias. A barra está jogada. Aquela altura das dunas dá um edifício de não sei quantos andares”, desabafa Maria. 

Desafio ambiental e liberação para obras de contenção

As dunas são uma barreira natural contra a erosão. O principal desafio é conter o avanço da areia sem prejudicar a proteção, que conta com características únicas na região, onde o mar encontra a Laguna de Tramandaí. Desde 2018, o oceanógrafo Felipe Caron acompanha o avanço das dunas:

“Estamos na desembocadura da Laguna de Tramandaí, onde há uma coroa arenosa com dinâmica diferente das praias. O acúmulo de areia forma dunas que podem atingir grandes alturas. Quando essas zonas não têm vegetação, acabam migrando para o interior”, explica Caron.

As dunas costeiras são formações naturais que atuam como barreiras de proteção contra o mar e a erosão marinha/Foto: Reprodução 

A prefeitura de Tramandaí já solicitou autorização à Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) para iniciar a contenção com toras de madeira e o plantio de vegetação nativa. No entanto, a obra precisa da liberação definitiva por estar em uma área de proteção permanente.

“A prefeitura tenta uma forma de ajudar, mas dependemos muito da Fepam. Fizemos uma solicitação para realizar o manejo, mas tivemos uma negativa. Recorremos para começar a contenção, o que entendemos que vai ajudar bastante. Depois disso, queremos recuperar a área degradada”, afirma Viviane Tavares Pimentel, chefe de Licenciamento Ambiental de Tramandaí.

Os moradores enfrentam transtornos significativos, tendo que remover areia constantemente de suas casas/Foto: Reprodução 

Por meio de nota emitida pela RBS TV, a Fepam informou que a responsabilidade pelas ações é do município e que cada pedido é analisado individualmente. Enquanto isso, os moradores esperam por uma solução que garanta o equilíbrio entre a proteção ambiental e a vida de quem mora na região.

“Dependendo da força do vento nordeste, a areia é constante. Ali é uma duna pelada. Se não tiver contenção com vegetação, não resolve nada. A prefeitura limpa a rua, mas no outro dia é tudo de novo. É como secar gelo. Se não fizerem contenção, vamos estar sempre comendo areia”, diz o aposentado Flávio da Silva Netto, aposentado.

Posicionamento da Fepam

A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) informou à RBS TV, em meio de nota, que as regiões de dunas são consideradas Áreas de Preservação Permanente (APP), conforme a legislação ambiental vigente. Dessa forma, qualquer ocupação ou intervenção nessas áreas caracteriza uso inadequado do solo.

O manejo das dunas envolve a remoção da areia acumulada nas áreas de conflito e sua realocação em áreas específicas do cordão de dunas/Foto: Reprodução 

Caso exista interesse público ou social em promover alguma intervenção (como instalação de barreiras ou restrição de acesso) o município deve incluir essas ações no seu Plano de Manejo de Dunas, instrumento que orienta o uso e a proteção dessas áreas e que deve ser submetido à Fepam no processo de licenciamento ambiental.

Cabe ao município identificar pontos de conflito e solicitar autorização para eventuais intervenções, como remoção de areia ou instalação de estruturas de contenção.

Esses pedidos passam por análise técnica da Fepam, que pode autorizar ou negar as ações conforme a viabilidade ambiental e legal, especialmente quando houver indícios de uso irregular da APP.

A Fepam reforça que a responsabilidade pela gestão e ordenamento do território é do município, cabendo à Fundação avaliar tecnicamente as solicitações apresentadas.

Meio Ambiente: Saiba sobre os casos que ganharam atenção na mídia 

"Depois falam que a poluição não atinge a nós pescadores". Essa frase, dita em um vídeo que circula nas redes sociais, mostra a indignação de um trabalhador sobre uma mancha no mar da Baía de Todos-os-Santos. O Instituto Do Meio Ambiente E Recursos Hídricos (Inema) confirmou que recebeu as imagens.

A Mata Atlântica perdeu 2,4 milhões de hectares de floresta nas últimas quatro décadas, o que representa uma redução de 8,1% da área registrada no início da série histórica. O levantamento foi divulgado pelo MapBiomas, que aponta e avalia a degradação do local. 

Um terremoto de magnitude 7,8 atingiu a costa leste da Rússia. A situação gera risco de tsunami na região e no Havaí, nos Estados Unidos. O tremor aconteceu na região de Petropavlovsk-Kamchatsky, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS).

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