'Cortei por cortar', confessa homem que mutilou patas de cavalo
Homem que mutilou patas de cavalo em Bananal (SP) afirma não ser “um monstro”, como dizem nas redes sociais
Andrey Guilherme Nogueira de Queiroz, de 21 anos, investigado por maus-tratos a um cavalo, confessou em depoimento na terça-feira (19) que "cortou por cortar", as patas do animal. O caso aconteceu no último sábado (16), em Bananal, no interior de São Paulo.
Segundo o depoimento, ele afirmou estar embriagado no momento da agressão, após o cavalo não conseguir participar de uma cavalgada. “Foi um ato de transtorno. Em um momento embriagado, transtornado, eu peguei e cortei por cortar. Foi um ato cruel”, disse.
Testemunhas relataram que o animal apresentava sinais de exaustão antes de morrer. Ainda de acordo com o relato, o tutor teria golpeado o cavalo e, antes da mutilação, chegou a alertar: “Se você tem coração, melhor não olhar”.
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Apesar de reconhecer a culpa, Andrey afirmou não ser “um monstro”, como vem sendo chamado nas redes sociais. “Muitas pessoas falaram que cortei as quatro patas com ele andando. Isso é uma crítica contra mim. Estão me acusando de um ato que eu não fiz. Eu não sou um monstro. Sou nascido e criado no ramo de cavalo, mexo com boi, tenho o apelido de boiadeiro”, declarou à TV Vanguarda.
Assista:
O tal do Andrey Guilherme se diz arrependido por ter mutilado o pobre do cavalo, mas não passa de uma desculpa esfarrapada pra se livrar da cadeia e da pisa que a facção quer dá nele. Botou a culpa na "cachaça", depois voltou atrás, mas na verdade foi tudo premeditado, pois pelo… pic.twitter.com/VHmGofZFdw
— Luizinho.4i20☭ 🇧🇷🍁 (@4i20_Luizinho13) August 20, 2025
O caso
O crime ganhou visibilidade após a divulgação de vídeos do animal morto. A cavalgada, realizada no Sertão do Hortelã, zona rural de Bananal, próxima à divisa com o Rio de Janeiro, não contava com fiscalização veterinária, o que levantou críticas de ativistas e moradores.
A cantora Ana Castela foi uma das primeiras a mobilizar seguidores pedindo Justiça. Depois, nomes como a ativista Luisa Mell, a atriz Paolla Oliveira e o cantor Eduardo Costa também se manifestaram.
Na entrevista, Andrey criticou a divulgação das imagens do cavalo mutilado. “Eu sou consciente dos meus atos. Eu amo os animais, sempre mexi com cavalo. Não tinha necessidade de a pessoa ter jogado isso na rede. Muitas pessoas não mereciam ver esse ato”, afirmou.
Atualmente, a legislação brasileira prevê até um ano de prisão para maus-tratos contra equinos, pena considerada branda se comparada aos casos envolvendo cães e gatos, que podem resultar em até cinco anos de reclusão pela chamada Lei Sansão.
A Prefeitura de Bananal repudiou o crime e informou ter acionado a Polícia Civil e a Polícia Ambiental. Até o momento, ninguém foi preso.
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