'Cocaína negra': o que se sabe sobre droga indetectável por cães farejadores

Segundo a operação que apreendeu cerca de 40 quilos da droga, a cocaína negra também não reage a testes rápidos de detecção

Por Anna Caroline Santiago.

Uma nova variação da cocaína, apelidada de “cocaína negra”, foi desenvolvida para driblar cães farejadores e testes rápidos de detecção. A substância veio à tona após uma operação policial em Manaus, que localizou cerca de 40 quilos da droga devido a anotações encontradas com criminosos.

'Cocaína negra': o que se sabe sobre droga indetectável por cães farejadores.Foto: Reprodução | Grupo Recanto

Segundo o Departamento de Investigação sobre Entorpecentes (Denarc), a primeira abordagem ocorreu em 17 de outubro, quando os agentes apreenderam 16 quilos de cocaína tradicional.

Durante a ação, a polícia encontrou também um caderno com registros do tráfico. Ao analisarem o material na delegacia, os investigadores se depararam com anotações como: “40 quilos, 42 quilos dentro de cadeiras e de quadros”.

Os policiais retornaram à mansão alvo da operação acompanhados de cães farejadores, mas os animais não identificaram nada. Diante da suspeita, os agentes decidiram desmontar móveis e quadros, encontrando a droga escondida em fundos falsos.

Apesar da localização, o material apreendido não reagiu aos testes preliminares. Segundo o delegado-geral Bruno Fraga, essa “engenharia criminosa” torna a substância extremamente difícil de detectar. Por isso, o valor da droga é muito mais alto, podendo chegar a até dez vezes o preço da cocaína comum.

As investigações apontam que a droga saiu do Peru e tinha como provável destino a Austrália.

Segundo o Departamento de Investigação sobre Entorpecentes (Denarc), a primeira abordagem ocorreu em 17 de outubro. Foto: Reprodução

Cães da Receita Federal passam por processo seletivo

Você já ouviu falar em cachorro concurseiro? Pois saiba que os cães farejadores da Receita Federal não entram em serviço por acaso. Antes de começarem a atuar no combate ao tráfico de drogas e contrabando, eles passam por um verdadeiro processo seletivo, com critérios rigorosos que incluem saúde, comportamento e até “vocação” para o trabalho.

A revelação foi feita por Aldo Luiz, servidor da Receita Federal que participa da série "Área Restrita", da HBO Max. Durante entrevista ao videocast Poddelas, na , apresentado por Tata Estaniecki Cocielo. 

Cachorros passam por seleção difícil

Segundo Aldo Luiz, a seleção dos cães é ainda mais criteriosa do que a dos próprios servidores. “Os cães da Receita Federal passam por uma seleção mais rigorosa que dos servidores”, afirmou. Ele explicou que os animais são adquiridos por meio de licitação, geralmente quando têm cerca de um ano de idade — fase em que estão aptos a iniciar o treinamento.

Antes disso, passam por uma série de exames e avaliações. “Nesse período, eles passam por diversos testes antes da licitação — questão de saúde, de articulação, se ele está apto ou não está apto”, contou. A taxa de aprovação é baixíssima: “A cada 60 cães que levam para a seleção, apenas entre seis e oito são selecionados”.

Em tempo: PRF também conta com cães farejadores

Não é só a Receita Federal que conta com o apoio de cães farejadores. A Polícia Rodoviária Federal, por exemplo, trabalha com cachorros que, inclusive, já são conhecidos. Um deles, de nome Messi, ajudou na apreensão de drogas escondidas em uma bagagem de um ônibus de viagens na BR-116, em Vitória da Conquista. 

Em fevereiro do ano passado, duas cadelas de faro - Jade e Laika -, a serviço da Polícia Civil, encontraram mais de 15 kg de drogas em encomendas nos Correios, em Salvador.

Uma das cadelas farejadoras a serviço da Polícia Civil da Bahia ajudou a encontrar mais de 10kg de drogas | Foto: arquivo/SSP-BA

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