Bahia é o terceiro estado com mais casos de fotos sexuais criadas por IA em escolas
Imagens sexuais criadas por IA em escolas da Bahia foram usadas para expor estudantes e causar constrangimento
Por Ananda Costa.
A Bahia é o terceiro estado com mais casos de imagens sexuais criadas por IA (Inteligência Artificial) em ambientes escolares, segundo levantamento divulgado pela SaferNet Brasil nesta terça-feira (7). O estudo identificou 16 ocorrências em 10 estados, envolvendo pelo menos 72 vítimas adolescentes.
A pesquisa faz parte do estudo “Uso indevido de IA generativa: perspectivas sobre riscos e danos centradas nas crianças”, desenvolvido pela SaferNet com apoio do Unicef e do Safe Online Fund. O objetivo é compreender e combater esse novo tipo de violência digital, além de promover ações de educação e conscientização para adolescentes, educadores e comunidades.
De acordo com o levantamento, São Paulo (37) e Rio Grande do Sul (16) concentram o maior número de casos, enquanto a Bahia aparece em seguida, com 17 vítimas identificadas.
O que são fotos sexuais criadas por IA?
As imagens sexuais criadas por IA são montagens produzidas com inteligência artificial generativa, que simulam nudez ou cenas íntimas sem consentimento a partir de fotos, vídeos ou áudios reais.
O material tem sido usado para exposição e constrangimento de estudantes, especialmente meninas.
Casos de fotos sexuais criadas por IA na Bahia
Colégio Militar de Salvador
Em setembro do ano passado, estudantes do Colégio Militar de Salvador (CMS) foram vítimas de montagens pornográficas, feitas por outros alunos da instituição, que recortavam o rosto das meninas nas fotos e os colavam em imagens de corpos nus.
O caso foi comunicado à CMS por familiares das vítimas. As montagens sexuais estavam sendo comercializadas na instituição, além de serem alocadas em sites de pornografia.
Ao menos 15 alunas do 8º e 9º ano do Ensino Fundamental II, e 1º ano do Ensino Médio, teriam sido vítimas da ação, segundo informações preliminares. Na época, o CMS informou, por meio de nota, que "os fatos estão sendo rigorosamente apurados por meio de processo administrativo, que visa esclarecer onde e como ocorreram as irregularidades, além de identificar todos os envolvidos".
Salvador
No mesmo mês, uma jovem, de 18 anos, foi vítima de um crime cibernético, após ter fotos íntimas criadas por Inteligência Artificial (IA) vazadas nas redes sociais. A identidade dela não será revelada, para preservar a vítima.
A mulher, residente de Salvador, teve uma foto, tirada em um banheiro, dentro da própria residência, modificada para passar a ideia de que ela estava nua. Toda a roupa usada pela jovem foi retirada e substituída por um corpo feminino nu.
Ao ver o arquivo compartilhado em perfis nas redes sociais, ela foi até a 3ª delegacia territorial, no Bonfim, prestar queixa sobre o crime. Chegando no local, de acordo com a vítima, os agentes informaram que o boletim de ocorrência não poderia ser feito, por ela não saber quem fez a montagem e compartilhou a foto.
Após mais uma tentativa, a polícia registrou o caso como crime de difamação cometido contra uma mulher nas redes sociais.
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