Acusado de chefiar milícia no oeste da Bahia é preso novamente
Decisão determinou nova prisão preventiva no âmbito da Operação Terra Justa, que investiga a atuação de uma milícia no oeste da Bahia
Por Ananda Costa.
Um homem acusado de chefiar uma milícia no oeste da Bahia foi preso novamente na manhã desta terça-feira (23), após decisão do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) que acatou recurso do Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) e suspendeu a liberdade provisória concedida anteriormente ao investigado. A medida ocorre no contexto da Operação Terra Justa.

A prisão foi cumprida pelo Ministério Público da Bahia, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco), com apoio da Força Correcional Especial Integrada da Corregedoria Geral (Force) e da Corregedoria da Polícia Militar da Bahia.
A Operação Terra Justa foi deflagrada para apurar a atuação de uma milícia no oeste da Bahia, especialmente na região do município de Correntina. Segundo as investigações, o grupo atua há mais de uma década em conflitos agrários e é apontado como responsável por práticas como ameaças, agressões, destruição de propriedades e expulsão de comunidades tradicionais, supostamente utilizando empresas de segurança privada como fachada.
O investigado, Carlos Erlani Gonçalves dos Santos, foi denunciado na primeira fase da operação pelo crime de milícia armada. Na segunda fase, ele passou a responder também por organização criminosa e lavagem de capitais. De acordo com o Ministério Público, as apurações identificaram indícios de movimentações financeiras consideradas incompatíveis com a renda declarada, que teriam ultrapassado R$ 29 milhões entre 2021 e 2024.
As investigações também apontam indícios de negociações envolvendo armamento pesado e práticas conhecidas como “pistolagem”. Antes da concessão da liberdade provisória, o acusado permanecia preso em razão de duas prisões preventivas decretadas em processos distintos, ambos relacionados à Operação Terra Justa.
No recurso acolhido pelo TJ-BA, o MP-BA sustentou que a decisão que concedeu a soltura não considerou a gravidade concreta dos fatos investigados nem a periculosidade atribuída ao acusado, apontado como líder de uma milícia no oeste da Bahia. O órgão também destacou riscos à ordem pública, à instrução criminal, à segurança de vítimas e testemunhas e a possibilidade de rearticulação do grupo investigado.
Outras operações na Bahia

Uma operação contra o tráfico de drogas em Castro Alves resultou na prisão de cinco pessoas e na apreensão de mais de R$ 12 mil em dinheiro, além de armas, drogas e veículos, durante uma ação integrada das polícias Civil e Militar realizada na terça-feira (23), no município do Recôncavo baiano.
Batizada de Operação Pax Nocturna, a ação contou com a participação de equipes das delegacias territoriais de Castro Alves, Amargosa e Mutuípe, da 4ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin), além de unidades especializadas da Polícia Militar, como a CIPE-Central, CIPE-Recôncavo, Rondesp-Recôncavo e a 27ª CIPM, de Cruz das Almas.
Durante a ação, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão expedidos pelo Poder Judiciário. Segundo a Polícia Civil, as prisões em flagrante são consideradas importantes para o avanço das investigações sobre homicídios registrados no município ao longo de 2025.
No último dia 10, a Polícia Civil e a Polícia Militar da Bahia deflagraram a Operação Recôncavo, voltada ao combate a uma facção no Recôncavo Baiano ligada a homicídios, sequestros, torturas e tráfico de drogas.
A ação resultou na morte de três suspeitos após confronto com equipes policiais e na prisão de outros três. Ao todo, mais de 30 mandados judiciais são cumpridos em municípios da região.
De acordo com a 4ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Santo Antônio de Jesus), as investigações identificaram lideranças e integrantes do grupo que atuava em diferentes localidades do Recôncavo.
LEIA MAIS: Com Otto Filho, 60% dos conselheiros do TCE são ex-deputados
Siga a gente no Insta, Facebook, Bluesky e X. Envie denúncia ou sugestão de pauta para (71) 99940 – 7440 (WhatsApp).