Questionada pelo Brasil, OMS vai sugerir que condutas de governos durante pandemia também sejam analisadas
Questionada pelo Brasil, OMS vai sugerir que condutas de governos durante pandemia também sejam analisadas
Pressionada pelos governos dos EUA e do Brasil, a Organização Mundial da Saúde vai sugerir que a investigação sobre como foi a resposta à pandemia também envolva uma avaliação sobre como cada governo reagiu diante do surto e dos alertas emitidos pela agência de Saúde. Nesta última terça-feira (9/6), em uma reunião ministerial, o chanceler brasileiro Ernesto Araújo criticou a OMS e indicou que o Brasil iria defender uma investigação sobre a entidade.
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Horas depois, foi a vez do presidente Jair Bolsonaro voltar a ameaçar retirar o país da instituição diante do que ele chamou de um comportamento de um "partido político". Mas a suposta proposta do chanceler já foi, de fato, aprovada há semanas, dentro da própria OMS. Uma resolução apresentada pela Uniao Europeia, e que teve o apoio do próprio Itamaraty, foi adotada por consenso na agência de Saúde.
Nela, os governos e a instituição se comprometiam a iniciar um processo de revisão sobre como havia sido a resposta à pandemia. Não há um prazo para que isso ocorra. Mas o entendimento de grande parte dos países é de que tal iniciativa será iniciada quando o surto for controlado. Dentro da OMS, porém, vozes começam a ganhar força para que o processo não envolva apenas a resposta da entidade, considerada como lenta demais para identificar os riscos do vírus na China.
A ideia é de que, ao ser avaliada a crise, técnicos possam também estabelecer se governos deram ouvidos para os alertas realizados pela entidade e se, de fato, autoridades nacionais estavam preparadas para o surto. Nos bastidores, o objetivo é claro: admitir os erros cometidos em Genebra pela instituição, mas também deixar claro que parte da explicação para os sete milhões de casos é a resposta inadequada dos governos.
O caso brasileiro seria um dos mais comentados internamente. No dia 30 de janeiro, a OMS declarou a emergência global, o máximo nível dentro das regras internacionais. Mais de um mês depois, em 9 de março, o presidente brasileiro insistiu que a questão estava "superdimensionada". Dois dias depois, a OMS declarou a pandemia global. Mas, naquele mesmo momento, Bolsonaro indicou outras gripes mataram mais que a Covid-19. Uma semana depois, Bolsonaro chamou de "histeria" o assunto.
Quase dois meses depois do alerta de emergência da OMS, em 24 de março, o presidente brasileiro insistiu em termos como "gripezinha" e "resfriadinho". No dia 12 de abril, ele ainda indicou que o vírus estava "indo embora". Hoje, o Brasil supera os EUA na contagem de novos casos nas últimas duas semanas. Nos últimos sete dias, o Brasil também supera os americanos em mortes neste período. Dentro da OMS, a constatação é de que o país se consolida como o novo epicentro da crise internacional.
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