Por que há relatos de pessoas que moram com infectados pela Covid-19 e não pegam a doença? Descubra!
Por que há relatos de pessoas que moram com infectados pela Covid-19 e não pegam a doença? Descubra!
Desde o começo da pandemia, o que mais tem instigado a população é perceber uma espécie de variação no processo de transmissão do coronavírus. Isto porque existe a sensação de que algumas pessoas parecem trasmitir a doença de forma mais "fácil" do que outras. Enquanto no casamento da irmã de Gabriella Pugliesse, na Bahia, diversas pessoas foram infectadas, há casos de alguns que conseguem conviver com um parente doente sem contrair o vírus.
Cientistas descobriram que o grau de contaminação varia entre os cidadãos e nomeou alguns como "superpropagadores". Segundo o UOL, o cálculo da "Re" do novo coronavírus (Sars-coV-2), como é chamada a taxa de transmissão epidemiológica, aponta que uma pessoa doente pode contaminar, aproximadamente, duas ou três. Mas a conta não reflete necessariamente a realidade, já que há quem contamine dezenas de pessoas e quem não contamine ninguém.
O ponto que define alguém como superpropagador ainda não foi descoberto, mas os pesquisares já têm pistas. A primeira diferença seria o fator biológico: "Uma teoria aponta que o vírus reagiria de forma diferente em organismos de determinadas pessoas. Talvez, por terem imunidade melhor, algumas consigam conter a reprodução viral. Quem tem essa carga maior poderia também oferecer maior risco de contágio quando entra em contato com outras pessoas", explica Rodrigo Araújo, professor de microbiologia da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto) e pesquisador de pós-doutorado na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
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O comportamento daqueles que contraíram a doença também pode ser significativo. "Pessoas que falam mais alto, exercem atividades em que falam muito, como palestrantes, ou quem possuem tosse crônica, também são potenciais superdisseminadores", aponta Igor Marinho, infectologista do Hospital das Clínicas da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo). O ato de falar ou tossir libera pequenos vírus que podem aderir à superfície.
Os pesquisadores avaliam ainda, que essa relação depende do número de pessoas com as quais cada um se encontra, qual o nível de proximidade que mantém com elas e se toma os cuidados de prevenção, como usar máscara e higienizar as mãos constantemente. Caso o paciente ande de ônibus, por exemplo, irá infectar muito mais do que um infectado que não saiu de casa.
A observação vale, principalmente, para assintomáticos, que continuam saindo de casa por não sentirem os sintomas da Covid-19. "Um bom caso para ilustrar isso é o da cozinheira norte-americana Mary Mallon, que infectou dezenas de pessoas com febre tifoide por ser portadora assintomática e crônica da bactéria causadora da doença. O novo coronavírus não fica no organismo de forma crônica, mas ele também pode causar danos a dezenas por meio de alguém sem sintomas", afimra Araujo.
Os pesquisadores reforçaram a indicação da Organização Mundial de Saúde (OMS), para que todos cumprar o isolamento e, caso precisem sair de casa, usem máscara.
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