Pesquisa descobre proteína que acelera desgaste do cérebro
Pesquisadores da Universidade da Califórnia identificaram uma proteína associada diretamente ao desgaste do cérebro
Por Bruna Castelo Branco.
Pesquisadores da Universidade da Califórnia (UCSF) identificaram uma proteína associada diretamente ao envelhecimento do cérebro. O estudo, divulgado na quinta-feira (18), aponta que a descoberta pode contribuir para entender os mecanismos da degeneração natural que ocorre com o avanço da idade, especialmente em estados como a Bahia, que tem mais de 2,3 milhões de idosos e concentra o maior número de centenários do país, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O envelhecimento cerebral não acontece de maneira uniforme. O hipocampo, região essencial para funções como memória e aprendizado, é uma das áreas mais afetadas e sua degeneração pode resultar em dificuldades cognitivas e no desenvolvimento de doenças neurodegenerativas.
Nos experimentos, a equipe observou o comportamento de genes e proteínas em camundongos. A FTL1 foi a que mais se destacou, com concentrações elevadas em animais mais velhos. Segundo os cientistas, esses roedores apresentavam menor desempenho cognitivo e menos conexões entre neurônios.
Em testes laboratoriais, o aumento da FTL1 em camundongos jovens deteriorou a função cerebral, que passou a se assemelhar à de animais idosos. Já em células cultivadas, a superprodução da proteína prejudicou o crescimento dos neuritos — prolongamentos dos neurônios responsáveis pela comunicação celular.
A pesquisa também indicou que a FTL1 compromete o metabolismo celular. Contudo, ao aplicar um composto que estimula a atividade metabólica, os cientistas conseguiram prevenir parte da deterioração, resultado considerado promissor.
Para Saul Villeda, diretor associado do Instituto de Pesquisa do Envelhecimento Bakar, a descoberta “abre caminho para novas estratégias capazes de atrasar os efeitos do envelhecimento cerebral e melhorar a qualidade de vida em idades avançadas”.
Ainda em relação ao desgaste do cérebro, cientistas da Universidade de São Paulo (USP) descobriram, recentemente, uso de adoçantes pode estar associado ao aceleramento do declínio cognitivo em adultos, aponta estudo publicado no último dia 3 na revista científica Neurology.
Além disso, o ritmo acelerado da vida moderna, marcado por pressões no trabalho, contas acumuladas e falta de tempo, contribui para um quadro de desgaste físico e emocional contínuo. Segundo especialistas, esse estado de alerta permanente, que leva ao esgotamento mental, pode afetar diretamente a saúde do coração e do cérebro.
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