Gripe aviária: qual é o risco de transmissão em humanos? Veja resposta

Médico infectologista explica o risco de transmissão da gripe aviária para os humanos

Por Juana Castro.

Apesar do aumento de casos de gripe aviária no Brasil, o risco de transmissão para humanos ainda é considerado baixo. Em entrevista ao Aratu On, o médico infectologista e professor da Escola Bahiana de Medicina, Robson Reis, explicou que o vírus influenza aviário, como é tecnicamente chamado, pode sim infectar pessoas, mas geralmente em situações específicas.

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

“Existe um risco, sim, mas esse risco é para aquelas pessoas que têm contato direto com aves infectadas ou com superfícies contaminadas pelas secreções dessas aves, como fezes”, destacou. Segundo ele, não há, até o momento, transmissão sustentada entre humanos - ou seja, de pessoa para pessoa. “Se isso vier a acontecer, por mutações do vírus, aí sim poderemos ter uma disseminação entre humanos.”

O médico ressaltou que o vírus da gripe aviária, como todo influenza, tem capacidade de evoluir. Isso acontece especialmente quando diferentes subtipos, como o H1N1 e o aviário, infectam um mesmo hospedeiro mamífero. “Esse vírus pode sofrer o que chamamos de reorganização, e aí surgem novas mutações”, explicou.

Risco de transmissão da gripe aviária

Sobre o risco de contágio por meio de alimentos, Robson comentou que há, sim, um relato de infecção de uma criança nos Estados Unidos que ingeriu leite cru, não pasteurizado. Mas ele frisou: “Isso tudo carece de mais investigação. Quando os alimentos são cozidos ou assados, os vírus não suportam o calor e são rapidamente desintegrados.”

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O grupo mais vulnerável, segundo o especialista, são trabalhadores diretamente expostos às aves, especialmente aqueles que atuam em granjas e frigoríficos. “Muitas vezes as pessoas não usam a proteção adequada. Então o risco maior, sem sombra de dúvidas, é para quem trabalha com esses animais.”

Cuidados com a gripe aviária

Para evitar o avanço do vírus, Robson Reis destacou a importância da vigilância animal, sanitária e epidemiológica. “As aves doentes devem ser isoladas e, em muitos casos, sacrificadas para conter a propagação. Já os trabalhadores que tiverem contato com essas aves e apresentarem sintomas gripais devem procurar atendimento médico.”

Foto: arquivo/Agência Brasil

Por fim, o infectologista reforçou que o momento é de atenção, mas também de calma. “O mais importante é tranquilizar a população. Mas também é essencial que os governos municipal, estadual e federal adotem medidas firmes de contenção, porque o comportamento dos vírus é dinâmico. Ninguém imaginava que o coronavírus sairia da China e tomaria o mundo inteiro - e foi o que aconteceu”, concluiu.

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