Endometriose: especialista fala sobre avanços médicos no tratamento
No mês da visibilidade para a endometriose, especialista fala sobre avanços médicos no tratamento da doença
Por Da Redação.
Durante este "Março Amarelo", mês de conscientização sobre a endometriose, especialistas ressaltam os sintomas iniciais da doença e os avanços médicos no tratamento. Cólicas menstruais intensas, dores pélvicas fora do período menstrual, durante a relação sexual e até mesmo infertilidade são alguns dos principais sintomas da endometriose, condição que afeta uma em cada 10 mulheres brasileiras em idade reprodutiva, segundo o Ministério da Saúde (MS).
Apesar de ser tão comum, a doença costuma ser diagnosticada tardiamente, geralmente após uma média de dez anos desde o início dos sintomas.

Endometriose afeta uma em cada 10 mulheres brasileiras em idade reprodutiva, segundo o Ministério da Saúde (MS). Foto: Freepik
“Este período de atraso é mais ou menos o tempo entre o início dos sintomas e o aparecimento das deformidades anatômicas que são identificadas nos exames diagnósticos de ressonância e ultrassonografia com preparo intestinal para pesquisa de endometriose profunda”, explica o ginecologista especializado em saúde metabólica e longevidade, Dr. Jorge Valente. Ele destaca que a demora no diagnóstico muitas vezes ocorre pela falta de informação, pela paciente adiar a procura por ajuda médica e também pelos casos assintomáticos.
Outro fator que contribui para o diagnóstico tardio é a relativização, por parte de alguns profissionais, das queixas das mulheres. Muitos médicos acabam normalizando a cólica menstrual e prescrevendo contraceptivos para aliviar temporariamente a dor, sem investigar a causa do problema. “É importante salientar que a endometriose é uma doença inflamatória com características autoimunes, onde o estilo de vida é um componente importante no tratamento”, acrescenta o Dr. Valente.
Defensor de uma abordagem terapêutica integral da saúde feminina, o médico enfatiza a importância da adoção de um estilo de vida saudável, que inclua exercícios físicos regulares e uma dieta anti-inflamatória. Ele também ressalta que, ao longo dos anos, os tratamentos para a endometriose têm evoluído significativamente. “Diversas terapias inovadoras têm sido investigadas para melhorar os resultados e a qualidade de vida das pacientes. Entre esses novos protocolos estão as terapias hormonais, imunológicas e com o uso de canabidiol, além de abordagens integrativas que combinam terapias hormonais com técnicas não hormonais ou adjuvantes, como a acupuntura”, explica.

Outro fator que contribui para o diagnóstico tardio é a relativização, por parte de alguns profissionais, das queixas das mulheres. Foto: Reprodução | Pexels
“É preciso destacar que nenhuma dor deve ser considerada normal e que anticoncepcional não é tratamento. A falta de investigação adequada pode atrasar o processo terapêutico”, alerta o especialista. Ele também aponta que a dificuldade de diagnóstico se deve ao fato de exames de imagem, como ultrassonografia e ressonância magnética, precisarem ser realizados por profissionais treinados para identificar a doença. Caso contrário, o problema pode passar despercebido, especialmente nas fases iniciais ou em mulheres assintomáticas.
O ginecologista reforça que a escolha do tratamento ideal para minimizar os impactos da endometriose na saúde e qualidade de vida das mulheres deve ser feita de maneira individualizada por um profissional especializado, levando em conta os sintomas específicos de cada paciente.
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