De que os baianos morrem? Números do IBGE mostram crescimento de óbitos no estado; veja os motivos
No ano passado, foram 102.189 mortes na Bahia. O número foi 13,3% maior do que em 2019 (90.404).
Em 2020, primeiro ano da pandemia da Covid-19, Os números de mortes na Bahia e em Salvador deram saltos históricos e chegaram a patamares recordes, com crescimento expressivo dos óbitos por causas naturais e entre idosos. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (18/11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No ano passado, foram 102.189 mortes na Bahia. O número foi 13,3% maior do que em 2019 (90.404). Esse aumento não apenas foi um recorde desde o início da série histórica do IBGE, em 1974, como também foi, em números absolutos (+11.785), quase o triplo do registrado entre 2018 e 2019, quando o saldo havia sido de mais 4.175.
Os números parecem alarmantes, mas o crescimento fora da curva, entre 2019 e 2020, foi menor do que no restante do país, segundo o IBGE. No Brasil, os óbitos aumentaram 14,9% no ano passado, indo a 1.513.575, com 196.283 mortes a mais. O total de óbitos cresceu em todos os 27 estados, com taxas de dois dígitos em 24 deles.
Em termos absolutos, a Bahia (+11.785) teve o quarto maior aumento, abaixo de São Paulo (+44.152 mortes), Rio de Janeiro (+28.033) e Pernambuco (+12.090). Já em termos percentuais, a taxa de crescimento baiana (+13,0%) foi a 7ª mais baixa, em um ranking liderado por Amazonas (+32,0%), Pará (+28,0%) e Mato Grosso (+27,0%).
CAPITAL
Em Salvador, o aumento da mortalidade foi ainda mais intenso do que no resto da Bahia. Em 2020, foram registrados 21.139 óbitos na capital, 24,7% a mais do que 2019 (quando haviam ocorrido 16.955 óbitos). Isso correspondeu a um saldo de mais 4.184 mortes em apenas um ano.
Dentre as 27 capitais, Salvador teve o quarto maior aumento absoluto de mortes entre 2019 e 2020, atrás de São Paulo (+13.962), Rio de Janeiro (+11.848) e Fortaleza (+5.491). Já em termos percentuais, o aumento de Salvador foi o 13º, dentro de um ranking liderado por Porto Velho/RO (+51,1%), Cuiabá/ MT (+41,1%) e Belém/PA (+37,6%).
DO QUE OS BAIANOS MORREM?
As mortes causadas por doenças, chamadas de causas naturais, são predominantes em toda a série das Estatísticas do Registro Civil, representando, na Bahia, entre 80% e pouco mais de 90% do total. Em 2020 não foi diferente.
Foram registradas 83.711 mortes por causas naturais, que representaram 81,9% do total no estado. As mortes por causas não naturais ou externas (acidentes, homicídios, suicídios, afogamentos, quedas) somaram 10.170. Já 8.308 tiveram causa ignorada.
O aumento absoluto do número de vítimas fatais de doença no estado (+9.492) foi quase o triplo do verificado na passagem de 2018 para 2019 (+3.681). Foi ainda dez vezes maior do que o aumento médio anual de mortes por causas naturais registrado entre 2000 e 2019, de mais 842 mortes dessa natureza ao ano.
As mortes por causas ignoradas, embora muito menos numerosas, também tiveram um crescimento importante entre 2019 e 2020, na Bahia, de 34,5%, chegando ao patamar recorde (8.308 óbitos dessa natureza).
A alta da mortalidade em 2020, na Bahia, também foi muito influenciada pelo aumento de óbitos entre idosos. Em 2020, 67.126 pessoas de 60 anos ou mais de idade morreram no estado. O número foi 14,8% maior do que o registrado em 2019 e representou mais 8.633 idosos mortos de um ano para o outro.
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