Colesterol alto afeta 4 em cada 10 adultos no Brasil e aumenta risco de infarto e AVC

Silencioso e sem sintomas aparentes, o colesterol alto é um dos principais fatores de risco para infarto e acidente vascular cerebral (AVC)

Por Bruna Castelo Branco.

Silencioso e sem sintomas aparentes, o colesterol alto é um dos principais fatores de risco para infarto e acidente vascular cerebral (AVC). A condição afeta quatro em cada dez adultos no país, segundo o Ministério da Saúde, e pode permanecer por anos sem ser detectada. As informações são do SBT News.

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A condição afeta quatro em cada dez adultos no país. | Foto: Ilustrativa/Pexels

Colesterol bom e ruim

O colesterol é uma gordura produzida pelo corpo e obtida pela alimentação. Ele se divide em LDL (“ruim”), que se acumula nas artérias e pode obstruir o fluxo sanguíneo, e HDL (“bom”), que ajuda a remover o excesso de LDL.

“O colesterol LDL, que é o colesterol considerado ‘ruim’, é produzido no fígado e seus níveis elevados estão intimamente associados ao aumento da chance de um indivíduo desenvolver aterosclerose, infarto e acidente vascular cerebral”, explica José Francisco Kerr Saraiva, presidente do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

Sem sinais de alerta

O colesterol alto não provoca sintomas. “Você pode viver com os níveis alterados por anos e até décadas e só descobrir após um evento grave, como um infarto ou um AVC”, afirma Saraiva.

Segundo a SBC, 67% dos brasileiros não conhecem seus índices de colesterol, dificultando o diagnóstico precoce. As doenças cardiovasculares matam cerca de 400 mil pessoas por ano no país.

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O colesterol alto não provoca sintomas. | Foto: Ilustrativa/Pexels

Alimentação e controle

A dieta influencia diretamente os níveis de colesterol, mas não é a única responsável, já que a maior parte é produzida pelo fígado.

“A alimentação influencia, sim, principalmente quando rica em gorduras saturadas e trans, mas os alimentos em si não são a principal fonte de colesterol do corpo”, afirma Samara Rodrigues, endocrinologista e nutróloga. Ela recomenda evitar frituras, embutidos, ultraprocessados e alimentos ricos em gordura trans, e priorizar frutas, legumes, grãos integrais, peixes e azeite de oliva.

Atividade física

Exercícios como caminhar, dançar ou pedalar ajudam a elevar o HDL e reduzir o LDL. A recomendação é de 150 minutos semanais de atividade moderada. “A atividade física colabora para o transporte reverso do colesterol, que reduz o colesterol ruim, e ajuda a diminuir triglicérides”, diz Saraiva.

Efeito do estresse

O estresse não eleva diretamente o LDL, mas aumenta o VLDL, colesterol associado aos triglicérides e à formação de placas de aterosclerose. “Pode ser, em situações extremas, um gatilho para ruptura de placas, formação de trombos e obstrução do vaso, levando ao infarto do miocárdio”, afirma o cardiologista.

Metas individualizadas

As taxas ideais variam conforme o risco cardiovascular. Pessoas de alto risco devem manter LDL abaixo de 70 mg/dL; as de muito alto risco, como quem já teve infarto ou AVC, abaixo de 50 mg/dL. “Quanto menor o nível de LDL colesterol, melhor”, pontua Elzo Mattar, cardiologista do Hospital Albert Einstein.

Baixa adesão ao tratamento

Mais de 90% dos pacientes de risco não mantêm LDL abaixo de 50 mg/dL e cerca de 50% abandonam o uso de estatinas em até dois anos. “A prevenção começa na atenção. É preciso garantir que todo brasileiro tenha acesso a acompanhamento clínico e exames periódicos”, reforça Saraiva.

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