Bolsonaro e Pazuello participam de live juntos após desentendimento: "um manda, o outro obedece"

O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde, General Eduardo Pazuello, participaram de uma live juntos nessa quinta-feira (22/10) para minimizar a crise gerada pela processo de compra da vacina chinesa contra a Covid-19. A polêmica teve início após Pazuello anunciar a aquisição de 46 milhões de doses e Bolsonaro desautorizá-lo publicamente, dizendo que iria cancelar a compra.

Nos bastidores do Congresso Federal, tiveram início os comentários sobre uma provável "fritura" do ministro, algo que foi desmentido por ambos durante a transmissão, feita da casa de Pazuello, já que ele está em isolamento por ter testado positivo para a Covid-19. Sobre a sua possível demissão, após a negociação da substância desenvolvida da China, o ministro ironizou. "Pois é, tão dizendo que não, né?", respondeu.

O presidente confirmou as pazes: "falaram até que a gente estava brigado. No meio militar, é comum acontecer isso aqui, não teve problema nenhum", disse Bolsonaro. "É simples assim, um manda e outro obedece. Mas a gente tem carinho, dá para desenrolar", conclui Pazuello.

A Coronavac é desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, em parceria com Instituto Butantan, com apoio do governo de São Paulo, mas a presença de chineses na sua elaboração teria sido o motivo principal para o cancelamento da compra.

Há quem diga, ainda, que a recusa de Bolsonaro se deu pelo fato de o governador de São Paulo, João Doria, que é seu adversário político, ser o principal responsável pela parceria com o grupo chinês. O atual presidente enxerga Doria, de quem já foi aliado, como um possível concorrente nas eleições presidenciais de 2022. 

Ainda durante o vídeo, Pazuello disse que está tomando os remédios defendidos por Bolsonaro: hidroxicloroquina, azitromicina e o vermífugo nitazoxanida. Nenhum deles têm eficácia comprovada contra a doença. Durante a transmissão, nenhum dos dois usou máscara de proteção.

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