Bahia retoma transplante cardíaco após quase dois anos; procedimento foi realizado nesta quarta-feira (4/10)
Referência em cardiologia no Estado, desde o mês de setembro o Hospital Ana Nery já estava com tudo pronto para retomada do serviço
O transplante de coração voltou a ser uma realidade na Bahia. Nesta quarta-feira (4/10), uma paciente de 49 anos, natural de São Felipe, que aguardava há uma semana na fila por um transplante, recebeu um novo coração e uma nova chance de continuar a vida. O transplante foi realizado no Hospital Ana Nery, unidade da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) em Salvador, e foi viabilizado graças a doação realizada por familiares de um paciente de 29 anos, vítima de Traumatismo Crânio Encefálico (TCE), que estava internado no Hospital Cleriston Andrade, em Feira de Santana.
O transporte do órgão doado foi realizado com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que fez a escolta da ambulância que levava o coração até o Hospital Ana Nery. Para dar certo, todo o procedimento precisa acontecer em quatro horas, tempo máximo que o coração pode ficar armazenado. "A cirurgia durou cerca de cinco horas e foi um sucesso, a paciente passa muito bem", explica o médico Filinto Marques, membro da equipe do Ana Nery.
A paciente transplantada era acompanhada pelo Ambulatório de Insuficiência Cardíaca do Ana Nery, onde realizou uma série de exames para, assim, se tornar apta para a cirurgia. Nos últimos anos, o Governo da Bahia investiu mais de R$ 9,2 milhões em incentivo financeiro para instituições filantrópicas e privadas que realizam transplantes no Estado, além de campanhas de sensibilização da sociedade e treinamentos para a preparação de profissionais de saúde.
TRANSPLANTE NA BAHIA
Dados do Sistema Estadual de Transplantes, mostram que, até agosto de 2023, a Bahia realizou 701 transplantes, sendo 27 de fígado, 210 de rim, 362 de córnea e outros 102 de medula óssea. Atualmente, o Estado realiza cinco tipos de procedimentos: coração, córnea, rim, fígado e medula. No período, o número de doadores de múltiplos órgãos aumentou de forma considerável, saltando de apenas três no primeiro mês do ano para 19 em agosto.
Atualmente, a Bahia conta com uma rede com 23 centros transplantadores, sendo que sete oferecem atendimento pelo SUS. Desses, três são unidades públicas: o Hospital Geral Roberto Santos, o Hospital Ana Nery e o Hospital Universitário Professor Edgard Santos. Além deles, integram a rede os hospitais filantrópicos Martagão Gesteira, em Salvador, e Dom Pedro de Alcântara, em Feira de Santana, e os privados IBR, de Vitória da Conquista, e Hospital Português, na capital.
Mas, mesmo durante o período em que a Bahia ficou sem realizar o transplante cardíaco, a população continuou sendo assistida e tendo o procedimento assegurado através do Tratamento Fora do Domicílio, o TFD.
“O TFD é realizado não só por transplante, mas para qualquer situação de saúde em que o estado não tem aquele tratamento. Então quando o estado não dispõe do tratamento ele encaminha para outra Federação, no caso dos transplantes para estados como Pernambuco, São Paulo, Ceará e Brasília. Nesse processo de ir para outro estado, o paciente vai sendo integralmente custeado pelo Estado de origem, no caso nosso a Bahia”, explica o coordenador do Sistema, Eraldo Moura.
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