Jovem de 22 anos com Covid-19 morre por falta de leito em SP e prefeito decide antecipar feriados
Coordenação do hospital chegou a remanejar um ventilador para que o jovem fosse intubado na sala de urgência, mas foi insuficiente para reverter o quadro
A cidade de São Paulo registrou a primeira morte de um paciente ocasionada por falta de leito para internação, segundo informou o prefeito Bruno Covas (PSDB) na manhã desta quinta-feira (18/3).
A vítima, do sexo masculino, aguarda na unidade de Pronto Atendimento II do Hospital São Mateus e tinha 22 anos. Segundo o relatório médico obtido pela CNN, o homem era obeso e apresentava desconforto respiratório no momento em que deu entrada no hospital às 19h03 do último dia 11.
O paciente foi mantido em observação até o dia seguinte, mas não houve evolução. Com o agravamento do quadro, ele foi cadastrado na central de regulação às 16h do dia 12 de março, mas a vaga só foi cedida às 17h38, cerca de 20 minutos depois da equipe médica declarar o óbito.
A coordenação do hospital chegou a remanejar um ventilador para que o jovem fosse intubado na sala de urgência às 16h20, mas foi insuficiente para reverter o quadro. O rapaz entrou em parada cardiorrespiratória logo em seguida.
Um levantamento feito pela emissora apontou que o estado de São Paulo tem pelo menos 71 mortes de pacientes que aguardavam a transferência para leitos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e enfermaria, em 17 municípios.
FERIADOS
Como medida para conter o coronavírus e promover o isolamento, Bruno Covas decidiu ainda antecipar cinco feriados. Os dois feriados municipais deste ano (Corpus Christi e Dia da Consciência Negra) e os três do ano que vem (os mesmos e o Aniversário da Cidade) serão movidos para os dias 26, 29, 30, 31 de março e 1º de abril. "Teremos um prazo que vai do dia 26, sexta-feira, até dia 4, domingo, sem dia útil para poder forçar a cidade a parar".
De acordo com o gestor municipal, somando-se o feriado nacional do dia 2 de abril (Paixão de Cristo), serão dez dias de folga em que os paulistanos devem permanecer em casa. "A cidade precisa parar para que não tenha mais casos como esse, que as pessoas não conseguem ser atendidas e vêm a óbito por falta de atendimento", reforçou.
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