Vereadora propõe tirar clássico de Jorge Amado do currículo escolar
Vereadora justificou que Capitães da Areia 'promove a marginalização infantil'
Por Ananda Costa.
A vereadora Jéssica Lemoine (PL), apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro, solicitou formalmente, na Câmara Municipal de Itapoá, em Santa Catarina, a retirada do livro Capitães da Areia, clássico de Jorge Amado, da grade didática das escolas públicas do município.
Para justificar o pedido, a vereadora afirmou que o romance, escrito em 1937 por Jorge Amado, “promove a marginalização infantil, romantiza o estupro e a relação sexual entre adultos e crianças”.
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Jéssica Lemoine explicou que o livro foi uma forma “do Governo Federal e da esquerda de introduzir a literatura brasileira, que é entendida por eles como material a ser trabalhado em sala de aula”.
Para ela, a obra deveria ser indicada apenas para maiores de 18 anos, e não para estudantes do 7º e 8º anos do ensino fundamental, que têm cerca de 12/13 anos.
Retirada do livro de Jorge Amado
Após a repercussão, a vereadora publicou o vídeo nas redes sociais, afirmando que a solicitação não era censura, mas uma forma de proteger as crianças dentro das salas de aula.
“Isso não é censura, é respeito com nossas crianças e adolescentes. Esse livro pode estar na biblioteca para uso de quem tenha idade adequada. Sigo trabalhando para a resolução deste atentado às nossas crianças. Espero contar com a colaboração do Executivo para que se retire das escolas da rede municipal o quanto antes!”, escreveu.
Nos comentários, internautas criticaram a postura da vereadora e escreveram: “Educação não é sobre esconder o mundo, é sobre preparar o jovem para compreendê-lo e transformá-lo. A leitura crítica de livros como Capitães da Areia não estimula a violência nem o crime. Ao contrário: promove empatia, reflexão e consciência social, valores fundamentais para uma juventude livre e cidadã", escreveu.
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