União Europeia divulga medidas contra tarifa de 25% sobre aço

Tarifas de 25% serão impostas sobre o aço e o alumínio importados de todos os países, incluindo o Brasil

12/03/2025 08h05Atualizado em: 12/03/2025 09h04

A União Europeia (UE) expressou profundo descontentamento com a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio, medida que entrou em vigor nesta quarta-feira (12). A taxação provocou uma reação imediata dos países europeus, que anunciaram contramedidas em duas etapas, com início previsto para 1º de abril.

Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen | Divulgação

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, criticou a decisão norte-americana, destacando os impactos negativos sobre as cadeias de suprimentos e a economia global. “As relações comerciais entre Europa e Estados Unidos são as maiores do mundo. Essas tarifas estão interrompendo as cadeias de suprimentos. Elas trazem incerteza para a economia. Empregos estão em jogo. Os preços vão subir. Lamentamos profundamente esta medida”, afirmou.

Von der Leyen explicou que as retaliações europeias serão implementadas em duas fases. A primeira etapa consiste na renovação de tarifas sobre produtos americanos que já haviam sido adotadas pelo bloco em 2018 e 2020, mas estavam suspensas. A segunda etapa incluirá um novo pacote de taxas, que será anunciado em abril, após consulta aos Estados-Membros da UE. “Como os Estados Unidos estão aplicando tarifas no valor de 28 bilhões de dólares, estamos respondendo com contramedidas no valor de 26 bilhões de euros”, disse. “Nossas contramedidas serão introduzidas em duas etapas. Enquanto isso, permaneceremos abertos à negociação”, acrescentou.

A medida dos EUA também foi criticada por outros países. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, afirmou que a taxação viola as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e que o país “adotará todas as medidas necessárias para salvaguardar seus direitos e interesses legítimos”.

O Brasil, segundo maior fornecedor de aço e ferro para os Estados Unidos, ainda não se manifestou oficialmente sobre a decisão. Em janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mencionou a possibilidade de “reciprocidade” na taxação, mas a medida ainda deve ser discutida com o vice-presidente e ministro da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.

Já o Canadá, que teve todos os seus produtos taxados em 25%, respondeu com tarifas recíprocas sobre itens americanos. Além disso, o governador de Ontário, Doug Ford, anunciou a imposição de taxas de 25% sobre a eletricidade enviada aos Estados Unidos. “O presidente Trump lançou uma guerra comercial e tarifária não provocada com o amigo e aliado mais próximo dos Estados Unidos. As tarifas estão causando caos. Os mercados estão afundando. Ele precisa baixar suas tarifas e vir à mesa para negociar um acordo de comércio justo. Até ele fazer isso, não recuaremos”, declarou Ford.