Política

Jornalista baiana integra consultoria do Plano de Comunicação pela Igualdade Racial

Midiã Noelle participou do lançamento do Plano pela Igualdade Racial, em Brasília

Fonte: Ananda Costa

Jornalista baiana integra consultoria do Plano de Comunicação pela Igualdade Racial Jornalista foi uma das colaborados do Plano de Comunicação pela Igualdade Racial através da Unesco. Foto: Redes Sociais | @midinoelle

Na última terça-feira (3), o Ministério da Igualdade Racial (MIR), em parceria com a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República, lançou, em Brasília, o Plano de Comunicação pela Igualdade Racial (PCIR). A iniciativa inédita do Governo Federal visa consolidar estratégias para fortalecer a Política de Promoção da Igualdade Racial no país.


Lançamento Plano de Comunicação pela Igualdade Racial. Foto: Divulgação / Ministério da Igualdade Racial


O plano foi elaborado a partir de um processo de escuta qualificada, com a participação de mais de 20 colaboradores diretos, incluindo representantes de mídias negras, organizações da sociedade civil e especialistas. A jornalista baiana Midiã Noelle, que atualmente é consultora da Unesco, foi uma das responsáveis por organizar o plano de comunicação. 


Jornalista baiana no plano de comunicação pela igualdade racial. Foto: Redes Sociais


Natural do bairro da Liberdade, em Salvador, Midiã é jornalista formada pela Unisba, Mestre em Cultura e Sociedade pela UFBA, diretora do Instituto Commbne, e consultora da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). Durante 10 meses de atuação como consultora para a pesquisa e redação da Unesco, Midiã contribuiu diretamente para a criação do plano do Governo Federal. Ao todo, mais de 400 contribuições foram recebidas na consulta pública, resultando em 120 propostas específicas e cinco recomendações ao governo.


“Sou do bairro da Liberdade, e gosto de sempre ressaltar de onde venho, pois isso também é uma referência importante para muitos temas. Participei da construção do Plano de Comunicação pela Igualdade Racial, um processo que faz parte da minha trajetória como ativista na comunicação antirracista. Trabalhar nessa pauta foi revolucionário, pois foi um plano construído de forma coletiva por diversas pessoas”, destacou Midiã.


Como comunicadora negra, ela entende que esse momento é histórico, pois enfrentar o racismo também é entender como a mídia tem influência e responsabilidade na informação que está disseminando, principalmente nas redes sociais. No Brasil, 90% da população considera os aplicativos como principal fonte de informação de notícias, segundo estudo divulgado em setembro deste ano pela Brazil Panels, em parceria com a Vasques Marketing Digital. 


“Falar de enfrentamento ao racismo é falar como nós, profissionais da comunicação, olhamos para pautas do racismo, porque a construção do imaginário se faz a partir dessa lógica comunicacional, tanto do ponto jornalístico, como a imprensa constrói, mas também enquanto governo. Temos que entender que a promoção dos direitos, sobretudo no Brasil, se dá enfrentando o racismo pois, infelizmente, ele faz parte dessa herança violenta do processo de escravização que impacta diretamente a população negra e afro-brasileira. Falar de comunicação é falar sobre mudança, sobre educação, transformação a partir de uma ressignificação de olhares e sentido”, ressalta a jornalista. 


Plano de Comunicação pela Igualdade Racial


Lançamento Plano de Comunicação pela Igualdade Racial. Foto:  José Cruz/Agência Brasil


O Plano de Comunicação pela Igualdade Racial, dentro da Administração Pública Federal, é um documento estratégico que busca promover a igualdade racial e garantir uma comunicação plural, inclusiva e diversa no Brasil.


 A previsão de execução do plano inclui medidas diversas, como ações de sensibilização e capacitação de servidoras e servidores públicos, com foco na preparação permanente de todos os níveis da administração pública para lidar com as questões raciais que permeiam a comunicação de maneira adequada e sensível.


Presente no dia do lançamento, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, relatou a importância da iniciativa para a igualdade racial, no que diz respeito ao fortalecimento da democracia por meio da comunicação: “Esse plano é ponto de partida fundamental para avançarmos numa comunicação que seja mais igualitária e nos represente, que mostre a realidade do nosso país, a diversidade, nossa máxima potência.", contou. 


O governo também planeja estabelecer uma rede de compartilhamento de informações sobre Comunicação para a Igualdade Racial, com o objetivo de ampliar a divulgação dos conteúdos tanto para os agentes públicos quanto para a sociedade civil e mídias negras.


“O racismo é um problema que afeta vários espaços. Na comunicação, ele é muito mais latente, sobretudo nas plataformas digitais e na tecnologia, como mensagens de disseminação do ódio racial na internet e impactos da Inteligência Artificial para pessoas negras, como o Reconhecimento Facial. A gente tem várias iniciativas que estão pensando como podemos inserir essa nova era de tecnologia no âmbito racial. Nesse plano de comunicação, temos, por exemplo, o inciso para olhar para política digitais, além de entender como essas plataformas atuam para atender melhor as pessoas”. 


Outros projetos 






 


Além de sua colaboração no lançamento do Plano de Comunicação pela Igualdade Racial, Midiã Noelle planeja lançar, no terceiro trimestre de 2025, o livro 'Comunicação Antirracista', pela editora Planeta. Com o contrato assinado em agosto deste ano, a obra trará reflexões e experiências da trajetória da jornalista, compartilhando aprendizados adquiridos ao longo dos anos com o jornalismo impresso, as Nações Unidas (ONU), movimentos sociais e sua contribuição para a criação do Plano Nacional de Comunicação Antirracista na Administração Pública.


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