Isabela Suarez nega candidatura em 2026
Presidente da ACB também reforçou compromisso com setor empresarial
Por João Tramm.
Presidente da Associação Comercial da Bahia (ACB), Isabela Suarez nega possível candidatura em 2026, diz que não será vice de nenhum grupo político e defende a segurança jurídica como chave para o desenvolvimento sustentável.
Durante a participação no 3º Congresso de Direito e Sustentabilidade, realizado em Salvador, a presidente da Associação Comercial da Bahia, Isabela Suarez, destacou a importância da pluralidade de vozes nos debates ambientais, além de ter reforçado a necessidade de segurança jurídica no Brasil.
A empresária foi questionada também sobre as especulações de que poderia ser vice na chapa de Jerônimo Rodrigues ou de ACM Neto, após circular em eventos ao lado de lideranças de ambos os grupos.
“Não, nenhuma possibilidade. Primeiro, eu nunca recebi nenhum convite. Isso nunca foi tratado. Esse desmando que a gente reitera diversas vezes... Fico feliz com as pessoas, de certa forma, entenderem que esse passo é um reconhecimento ao trabalho que eu venho fazendo. Então, assim, eu venho impactando, talvez muita gente queira me ver [na política], mas essa possibilidade está descartada.”
“A minha missão para os próximos dois anos é continuar na Associação Comercial da Bahia. Não tem absolutamente nenhuma conversa nesse sentido. Não está no horizonte.”
Questionada se há maior proximidade com Jerônimo ou Neto, Isabela reforçou sua neutralidade institucional:
“Eu sempre fui uma empresária que caminhou entre todas as estradas sem arestas. Tenho uma boa relação com todos os campos. Tenho uma boa relação com Jerônimo, tenho uma boa relação com ACM Neto. Fizemos algumas entregas juntos. Sou presidente de uma organização social que coopera com ambos os poderes, cada um na limitação da sua competência.”
Sobre uma eventual candidatura futura após o término da gestão na Associação, ela foi direta: “Nada no horizonte, nada no horizonte.”
Tarifaço
Isabela também abordou as recentes tensões comerciais, como o aumento de tarifas por parte do governo norte-americano às commodities brasileiras.
“A associação vem fazendo um esforço enorme ao conectar outros mercados, tentando apresentar alternativas para esses produtores, para que a gente não fique absolutamente refém de um único mercado, no caso, o mercado dos Estados Unidos. Temos feito pesquisas, conversado com as pessoas, colaborado com instituições que, inclusive, hierarquicamente estão acima da nossa, para tentar encontrar outros meios para que o produtor consiga escoar sua produção.”
Isabela ainda afirmou que a Associação Comercial da Bahia está atuando com neutralidade neste debate:
“É um momento preocupante, mas a gente está fazendo o nosso dever de casa. Fazendo exatamente o que o empresário precisa fazer: ajudar e não atuar politicamente.”
Sustentabilidade
Ao ser questionada sobre o que faltava para Salvador se tornar uma cidade sustentável, Isabela negou que a Prefeitura fuja do seu papel na pauta. Segundo ela, sustentabilidade não é ecologia e, quando se analisa o processo como um todo, a gestão municipal está avançando.
“Foi a primeira vez que se criou uma Secretaria de Sustentabilidade. Vários parques foram reformulados. É uma cidade, uma prefeitura que investe significativamente em infraestrutura. E eu defino infraestrutura como instrumento de sustentabilidade. Veja que tem chuva, tem alagamento... não morre ninguém. Isso eu acho que é um investimento, sim, em sustentabilidade.”
“Mais uma vez, as pessoas têm uma visão apenas em relação à ecologia. Não é só isso. É também infraestrutura. Eu acho que a prefeitura faz o dever de casa dela, sim.”
Durante sua fala, Isabela reforçou a importância de envolver todos os setores da sociedade nos debates ambientais, rompendo com a visão tradicional de que a sustentabilidade é um tema restrito a ambientalistas ou pautado por utopias.
“Sempre se apresentou a pauta ambiental como utopia, como ultraconservacionista, como um ambiente de intocabilidade. A gente está vendo que isso não é possível. Não existe conservação sem desenvolvimento econômico. Não existe desenvolvimento econômico se você não conversa com a sociedade civil, se você não conversa com todos os grupos, com todas as pessoas envolvidas nesse tema”, acrescentou.
Um dos maiores obstáculos, segundo ela, é a insegurança jurídica, as regras que mudam de última hora para o empresariado.
“Quero elencar hoje um desafio: para que a conta da sustentabilidade atinja a sua plenitude, eu diria que é a segurança jurídica. Falta segurança jurídica ao Estado brasileiro. Razão pela qual nós convidamos o presidente Michel Temer, que para todos nós é símbolo de consenso, símbolo de razoabilidade, símbolo de como os Poderes e os setores devem conversar”, concluiu.
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