Investigado pela PF, pastor Silas Malafaia é 'herói' na Bahia

Malafaia, que já havia sido homenageado pela Assembleia Legislativa da Bahia em 2024, volta a ser alvo da Justiça

Por João Tramm.

O pastor Silas Malafaia, alvo de operação da Polícia Federal autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (20), já havia sido protagonista de outra controvérsia recente na Bahia. Em 2024, a Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) aprovou a entrega da Comenda Dois de Julho, maior honraria concedida pela Casa, em reconhecimento à sua atuação “em favor da família”.

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A resolução que garantiu a homenagem foi apresentada pelo deputado Samuel Júnior (Republicanos) e promulgada pelo então presidente da Alba, deputado Adolfo Menezes

A votação, porém, não ocorreu sem divergências: os parlamentares Hilton Coelho (PSOL) e Fabíola Mansur (PSB) se posicionaram contra a medida, enquanto diversas entidades ligadas à defesa dos direitos humanos criticaram duramente a escolha.

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Controvérsia

Na época, uma carta assinada por 87 movimentos sociais foi entregue à Alba e também encaminhada à Curadoria de Direitos Humanos do Ministério Público da Bahia, pedindo a revogação da decisão.

O advogado do PT Bahia, Silvio Lacerda, chegou a se manifestar publicamente sobre o tema, afirmando que “a Comenda, que simboliza a luta e a resistência do povo baiano pela independência do Brasil, não pode ser concedida a quem dissemina discursos de ódio e intolerância, afrontando a diversidade e os direitos conquistados por movimentos sociais, especialmente pelos LGBTQIA+, feministas e pelas religiões de matriz africana”.

Na ocasião, o Diário Oficial do Legislativo oficializou a homenagem, cuja sessão de entrega ainda seria agendada. Entre os críticos, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia foi uma das entidades que emitiram nota de repúdio contra a iniciativa.

Investigado pela PF

A Polícia Federal (PF) indiciou, nesta quarta-feira (20), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por coação no curso do processo. O indiciamento de Jair Bolsonaro e seu filho decorre de suspeita de intimidação a autoridades responsáveis pela ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado.

A decisão da Polícia Federal também resultou em medidas contra o pastor Silas Malafaia, que foi alvo de busca e apreensão, além de retenção de seu passaporte. Segundo a investigação, agentes cumpriram mandado de busca pessoal contra o pastor, apreendendo seu celular e outros materiais.

Albadivulgacao

Malafaia retornou ao Brasil nesta quarta-feira, vindo de Lisboa, e foi conduzido para prestar depoimento à PF no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.

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