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Brasil tem 140 milhões de pessoas sem letramento digital, diz secretário
Em Salvador, Secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, Hermano Barros Tercius, destacou que 140 milhões de brasileiros não possuem letramento digital básico
Por João Tramm.
Durante coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (8), em Salvador, o secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações (MCom), Hermano Barros Tercius, alertou para o desafio que o país enfrenta na inclusão digital. Segundo ele, cerca de 70% da população brasileira — o equivalente a mais de 140 milhões de pessoas — não possui habilidades digitais básicas, como enviar um e-mail com anexo ou compartilhar arquivos por aplicativos de mensagens.
A fala foi feita durante cerimônia do Ministério e da Caixa Econômica Federal. No ato, foi assinado acordo de cooperação técnica em que o Quilombo de Mãe Bernadete receberá o computadores inutilizados pela Caixa, mas que poderão ser reutilizados após ação do Ministério.
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Projeto de letramento digital em estudo
O secretário explicou que, embora o Brasil tenha alcançado a marca de mais de 99% dos domicílios com internet disponível para contratação, a exclusão digital persiste por outros fatores, especialmente a falta de conhecimento sobre como utilizar a rede. “Até pouco tempo atrás a gente se preocupava em levar infraestrutura de telecomunicação, fibra óptica, satélite. Mas, de fato, nos últimos anos, a gente fala agora em conectividade significativa. Não adianta levar só o acesso à internet, se a pessoa não tem como comprar um celular, ou não sabe usar”, afirmou.
Tercius ressaltou que a principal barreira para os cerca de 11% de brasileiros que ainda não utilizam internet é a ausência de habilidades digitais, sobretudo entre pessoas mais idosas, além do medo de sofrer fraudes e ser vítima de fake news. Como resposta, o MCom estruturará um projeto piloto de letramento digital com duração de seis meses, que servirá de base para uma iniciativa nacional mais ampla.
O secretário também informou que foi criado um grupo de trabalho interministerial para elaborar o Plano Nacional de Inclusão Digital, com a participação de representantes da sociedade civil, academia, setor privado e governo. “Vamos precisar treinar milhões de pessoas por ano para, num intervalo curto de 5 a 10 anos, superar esse gap”, concluiu.
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