Política

Bancada cristã da Câmara de Salvador emperra Plano de Cultura por conta da temática LGBTQIA+ e Silvio Humberto critica

Para Humberto, por conta do momento de polarização vivido no país, os vereadores cristãos deveriam adotar uma postura conciliadora

Por Matheus Caldas

Bancada cristã da Câmara de Salvador emperra Plano de Cultura por conta da temática LGBTQIA+ e Silvio Humberto criticaCréditos da foto: Priscila Chagas / divulgação

Relator do projeto do Plano Municipal de Cultura na Câmara, o vereador Silvio Humberto (PSB) lamentou a resistência da bancada cristã da Casa, que vem se opondo à inclusão de trechos voltados à temática LGBTQIA+ no texto – os itens já estão incluídos no texto enviado pelo prefeito Bruno Reis (DEM). O parlamentar foi o entrevistado nesta sexta-feira (10/12) pelo Linha de Frente, segmento de política do Grupo Aratu.


Para o parlamentar, a inclusão de demandas comunidade não gera perdas para a sociedade. “Isso é um jogo ganha-ganha. Quando todos entendem que a dignidade é um valor importante. Isso é um princípio balizado na justiça social. Não posso falar em quase-cidadania. Essas pessoas contribuem com imposto para subsidiar políticas públicas. E quando falo em políticas públicas, não posso dizer a elas que elas não estão incluídas”, avaliou.


Para Humberto, por conta do momento de polarização vivido no país, os vereadores cristãos deveriam adotar uma postura conciliadora. 


“Esse é um argumento tão frágil. A maior parte da leitura está nas ações. São 29 metas e há de 10 a 12 ações para cada uma delas. O plano valoriza a cultura e a diversidade da cultura. As pessoas confundem, propositalmente, ou por desconhecimento, a orientação sexual com a discussão LGBTQIA+. Mas, nesse momento que era de se fazer pontes, lembro do filme Pantera Negra (...), porque, na verdade, quando falamos de cultura, afirmamos a dignidade humana”.


No dia 30 de novembro, segundo o portal Bahia Notícias, houve um acordo com o grupo cristão para a inclusão de ações voltadas à comunidade LGBTQIA+. Contudo, na sessão do dia seguinte, a bancada declinou do acordo, com críticas feitas pelo líder, Ricardo Almeida (PSC), e por Débora Santana (Avante).


Além de Débora e Almeida, bancada é composta pelos seguintes vereadores: Anderson Ninho (PDT), Orlando Palhinha (DEM), Júlio Santos (Republicanos) e Isnard Araújo (PL). O projeto, proposto pela própria Prefeitura, está marcado para ser votado nesta segunda-feira (13/12).


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