Ativista negro baiano participa de reunião com vice-presidente da Colômbia, Francia Màrquez
Francia Màrquez está em visita ao Brasil nestas terça e quarta-feira (26 e 27/7). Ela passará por São Paulo e Rio de Janeiro.
O ativista negro baiano Yuri Silva, coordenador nacional do Coletivo de Entidades Negras (CEN) e coordenador de Direitos Humanos do IREE (Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa), é um dos convidados da seleta agenda de compromissos da vice-presidenta da Colômbia, Francia Màrquez, que está em visita ao Brasil nestas terça e quarta-feira (26 e 27/7). Ela passará por São Paulo e Rio de Janeiro.
O encontro com a presença do ativista acontece nesta terça-feira (26), na sede da Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, em São Paulo. Depois, Francia Màrquez segue para o Rio. Na agenda restrita, estão previstos encontros com os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff.
Soteropolitano de Castelo Branco, Yuri Silva, de 27, atua no movimento negro há mais de 10 anos e é considerado uma das principais promessas da nova safra de lideranças políticas nacionais. No encontro com a vice-presidente, o ativista antirracista vai compor um grupo de 10 lideranças nacionais antirracistas que terão a chance de dialogar com a autoridade colombiana sobre as necessidades dos negros brasileiros e a luta contra o racismo no mundo.
Ex-empregada doméstica, Francia Elena Màrquez-Mina é advogada e ativista das causas ambientais, raciais, de gênero e dos direitos humanos de forma geral. Pela sua trajetória de vida e por ser uma mulher negra, a nova vice-presidente da Colômbia foi símbolo da vitória da esquerda no país e governará junto com o presidente Gustavo Petro, na primeira vez que as forças progressistas chegam ao topo na Colômbia. Além dela, apenas Epsy Campbell conseguiu feito igual, na Costa Rica.
"É uma honra estar nesse momento, pois a assunção da Francia Màrquez ao poder significa o rompimento com uma tradição política que, mesmo na esquerda, não permite a ocupação de espaços de poder pelo povo negro. Ter Francia Màrquez como vice-presidente da Colômbia e ter também a Epsy Campbell como vice-presidente da Costa Rica representa muito para nosso povo, que historicamente foi excluído. É como se eu visse minha avó ou minha mãe, ambas ex-empregadas, chegar ao poder de uma Vice Presidência. É inspirador e é preciso que o Brasil beba dessas fontes", declarou Yuri Silva.
Além de atuar nas reivindicações antirracistas e na formulação de políticas sobre direitos humanos, Yuri Silva é jornalista de formação, com passagens pelos jornais A Tarde e Estadão, além de ter contribuído para veículos como The Intercept Brasil, Piauí, TVE Bahia, entre outros. Também já colaborou com o Aratu On, como colunista. Para acessar os artigos dele, clique aqui.
Atualmente, o jovem ativista baiano é um dos dirigentes do PSOL de São Paulo e tem trabalhado com a inclusão de negros e negras, mulheres e LGBTs no setor privado, a partir do debate sobre diversidade e inclusão nas empresas. Ele também é pesquisador da Escola de Administração da Fundação Getúlio Vargas (EAESP FGV). Mestrando em Gestão e Políticas Públicas, Yuri Silva analisa as políticas de igualdade racial dos governos Lula e Dilma.
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